Benefit, jantar e conversa com GAIA e CCL: Espaços autónomos no centro das cidades

Sábado 22 de Dezembro, não percam a conversa do ano: que papel para os espaços socio-politico-culturais no centro cada vez mais gentrificado das cidades?

 

18h – Feira benefit

20h – Jantar

21h – Conversa sobre espaços autónomos no centro das cidades

Numa cidade cada vez mais dominada por interesses económicos que lugar há para os espaços autónomos? Qual a importância destas ilhas de resistência e pensamento crítico? Como defender os nossos espaços? Conversa com pessoal do GAIA (Lisboa) e do Centro de Cultura Libertária (Cacilhas).

O lucro das actividades reverte para a campanha de crowdfunding do CCL: https://ppl.pt/causas/ccl

no GAIA – Rua da Regueira, 40, Alfama

 

Veleiros no Tejo contra aeroporto no Montijo

Este domingo à tarde, juntámo-nos em Lisboa para uma ação surpresa em defesa do estuário do Tejo, contra o projeto do novo aeroporto previsto para o Montijo.

Enquanto na cimeira do clima na Polónia os líderes mundiais continuam o “business as usual”, dois veleiros fundearam em frente ao Terreiro do Paço e desembarcaram no Cais das Colunas, numa ação intitulada “Içar as velas pelo estuário do Tejo! Não ao novo aeroporto no Montijo”.

Em pleno centro turístico, fomos dezenas a tocar percussões, distribuir panfletos sobre o projeto e sobre os impactos do setor da aviação, exibir e entoar palavras de ordem: “Montijo com aeroporto, estuário morto”, “Mais vale um pássaro a voar, que dois aeroportos a estragar”, “Mais veleiros, menos aviões”, “Somos natureza em autodefesa!”.

Uma ação para lembrar que a verdadeira riqueza de Lisboa é o maior estuário da Europa ocidental, um paraíso de biodiversidade bem mais antigo do que a cidade, e a qualidade de vida das suas populações, atuais e futuras. Não é quantos mais mamarrachos consegue construir, quantas mais low cost consegue atrair, quantos mais turistas consegue divertir.

Os veleiros da associação LiberBed vieram desde a Bretanha, França, onde se criou uma ZAD (Zona a Defender) e se conseguiu travar a construção do aeroporto de Notre-Dame-des-Landes. Tratava-se dum mega projeto da Vinci: a mesma multinacional que se tornou dona dos aeroportos portugueses.

Junto ao rio radiante e sob o voo de várias aves, solidarizámos-nos com a população do Montijo que resiste ao projeto, e membros da Plataforma Cívica Aeroporto BA6 – Montijo Não marcaram presença na ação.

Por todo o mundo as pessoas estão a juntar-se para resistir ao aumento da aviação – e propor formas de transporte, de sociedade e de economia mais justas e ecológicas.

Vê o vídeo da ação:

Novo aeroporto de Lisboa? Tudo o que deves saber!

O governo e a multinacional VINCI querem construir um novo aeroporto no Montijo, na atual base militar BA6. Também querem alargar o aeroporto da Portela. E deixam ainda em aberto construir no futuro um terceiro aeroporto de raíz.

O aeroporto no Montijo é para abrir já em 2022 e pode custar 400 milhões de euros. O Ministro do Ambiente diz que não é preciso avaliação ambiental estratégica. Para o primeiro-ministro, há um “consenso nacional”.

A temperatura global está a aumentar. Para os filhos dos nossos filhos poderem viver neste planeta temos de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em 80% nos próximos dez anos. Portugal assumiu o compromisso de ser neutro em carbono em 2050.

Não há meio de transporte tão poluente como o avião. Um voo causa 30 vezes mais emissões do que a mesma viagem em comboio de alta velocidade. O aumento do tráfego aéreo é um dos grandes responsáveis pelo aumento de emissões. Portela e Montijo a funcionar permite duplicar a média de movimentos aéreos por hora – de 38 para 72.

Um aeroporto no Montijo compromete a saúde e a qualidade de vida de 30 mil pessoas. A poluição sonora e atmosférica aumenta o risco de depressão e doenças cardiovasculares e respiratórias, num raio de até 15 km.

O estuário do Tejo é o maior da Europa ocidental e a maior zona húmida do país. É um paraíso de biodiversidade e local de passagem, repouso e alimentação para centenas de milhares de aves migratórias. Desde a criação da Rede Natura 2000, nenhum aeroporto foi construído num estuário europeu e dois foram inclusive desmantelados. Pilotos e ex-pilotos têm também denunciado o perigo constante de acidentes com aves e queda de aviões.

O primeiro estudo de impacto ambiental nunca saiu a público e foi arrasado pelas várias entidades competentes. Está a ser feito um segundo estudo.

A ZERO exige uma avaliação ambiental estratégica, que considere todas as alternativas, e apresentou queixa contra o governo na Comissão Europeia. A Plataforma Cívica Aeroporto BA6-Montijo Não lançou uma petição pública e fez uma manifestação com centenas de pessoas. A Rede Para o Decrescimento lançou uma carta aberta a repudiar um novo aeroporto e defender o abandono da economia orientada para o crescimento permanente.

O novo aeroporto abrirá as portas de Lisboa a mais um milhão de turistas todos os anos. Em Barcelona e Praga, que se debatem com as consequências do turismo de massas, a pressão turística é de 5 turistas para 1 habitante. Em Lisboa já é de 9 para 1. Famílias, jovens e pessoas idosas são expulsas das suas casas, dos seus bairros e da sua cidade. Cada vez mais lisboetas se opõem à monocultura do turismo.

A multinacional francesa Vinci é a maior empresa de construção do mundo. Em 2012 açambarcou a empresa pública ANA Aeroportos. Portugal era governado pela Troika e este foi o «negócio do ano» na categoria aeroportos para a revista World Finance.

Na ZAD de Notre-Dame-des-Landes, em França, a população conseguiu travar a construção dum mega aeroporto pela Vinci e o governo, e apoderar-se daquele território para experimentar alternativas.

Cabe a uma multinacional e aos gabinetes dos políticos – ou cabe-nos a todas nós decidir o que fazemos com os nossos rios e estuários, as nossas cidades e os nossos campos, o nosso clima e o nosso planeta?

Conversas com Energia: A Coopérnico vai ao Jantar Popular do GAIA dia 18 de Dezembro!

Mais sobre Coopernico

Ajudar > 17h30   Conversa com Energia > 19h   Comer > 20h30

O que é o Jantar Popular?

– Um Jantar comunitário vegano, biológico e LIVRE DE OGMs que se realiza no GAIA, Rua da Regueira, n 40, em Alfama.
– Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários.
– Um jantar em que podes colaborar e aprender a cozinhar vegano! Para cozinhar e montar a sala basta aparecer a partir das 18h. Jantar “servido” a partir das 20h.
– Um projecto autónomo e auto-sustentável. As receitas do Jantar Popular representam o fundo de maneio do GAIA que mantém assim a sua autonomia.
– Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga. O preço nunca é mais de 3 pirolitos.
– Um exemplo de consumo responsável, com ingredientes que respeitam o ambiente, a economia local e os animais.
– Uma oportunidade para criar redes, trocar conhecimentos e pensar criticamente.

Dezembro no GAIA em Alfama: vamos rebentar as costuras

Eis a programação completa do mês de Dezembro na Rua da Regueira, 40, Alfama, um dos últimos espaços autónomos no centro de Lisboa.

E em Janeiro já podes marcar na agenda:

Zero Waste training skills: Jantar Popular Desperdício Zero

Nesta fotografia estamos sobre o leito de um rio que secou
Há coisas que têm de mudar, uma delas é que é urgente deixarmos de produzir desperdício. Um grupo de jovens de Portugal, Espanha e Itália encontrou-se no último oásis do deserto de Almeria, em Los Molinos, Espanha, para participar numa formação Zero Waste coordenada pelo GAIA (Portugal), SunSeed Desert Tech (Espanha) e Naumani permacultura (Itália).

Queremos contar-vos sobre o que foi esta experiência, o que aprendemos, e o que aprendemos a questionar e a transformar.
O jantar será popular como de costume, os ingredientes serão frescos biológicos e provenientes de desperdício zero (depois conversaremos sobre isto também). O menu… é surpresa porque viver de acordo com a filosofia desperdício zero implica desenvolver uma arte de criatividade prática e ajuste às situações e soluções a cada momento.

aula de compostagem de residuos orgânicos

O QUE SIGNIFICA “ZERO WASTE”?

A filosofia Zero Waste / Desperdício Zero faz parte da economia circular e significa muito mais do que simplesmente eliminar resíduos através da reciclagem e reutilização. Centra-se na reestruturação dos sistemas de produção e distribuição para reduzir o desperdício.
Na definição adotada pela Zero Waste International Alliance, “Zero Waste é uma meta ética, económica, eficiente e visionária, para orientar as pessoas na mudança de seus estilos de vida e práticas para emular ciclos naturais sustentáveis, onde todos os materiais descartados são projetados para se tornarem recursos para outros usos ”.

Após o jantar, pelas 21h apresentaremos o Zero waste training e teremos ainda connosco uma oficina demonstrativa de como fazer escolhas pessoais mais ecológicas menos consumistas e com menos desperdício: Ideias, receitas e objetos úteis para viver “zero waste” num contexto urbano!
Como diz a Anna Masiello que vem facilitar a sessão: Não produzir lixo pode parecer impossível… mas não é! Os resíduos são um dos maiores problemas ambientais. Como é que podemos ter um impacto menor no planeta, produzindo menos resíduos, sem nos privar de todos os comforts? Zero Waste é um conceito que promove ter uma vida com meno desperdício e lixo e mais consciência e sensibilização.”

* Esta formação realizada em Outubro passado  foi financiada pelo programa Yes to Sustainability.

Oficinas de Recostura para Ciclistas!

O Re:costura foi convidado pela Recicleta – G.A.I.A. para organizar duas oficinas de transformação, especialmente pensadas para os  nossos amigos ciclistas.

O objectivo destas oficinas é que cada participante fique a conhecer e compreender todo o processo de transformação da matéria reutilizada até ao objecto final. 

Numa primeira fase o processo será explicado e de seguida a cada um dos participantes será dada uma tarefa correspondente aos seus conhecimentos. Nesse sentido as oficinas vão funcionar num esquema de linha de montagem, desde o corte da matéria,  à união dos componentes e até à costura. 

Não é necessário ter conhecimentos prévios de costura.

Dia 15 de Dezembro de 2018

15h – 18h

“Vem fazer uma capa para a chuva!”

  • Todos os anos, nos meses de maiores chuvadas, são às centenas os guarda-chuvas que não aguentam a força do vento e da chuva. Por vezes encontramo-los à beira da estrada, junto a um caixote do lixo, e quem sabe trazemo-los para casa, na esperança de fazer algo com eles . A estrutura do guarda-chuva em si já não funciona, e dificilmente poderá ser reparada, mas a matéria têxtil que o compõe é uma óptima matéria prima para fazer uma capa de chuva. E é isso que vamos ensinar nesta oficina! 

Dia 19 de Janeiro de 2019

15h-18h

“Vem fazer uma mala para o selim!”

  • Numa tentativa de evitar a utilização dos sacos de plástico, os supermercados passaram a vender o sacos de tela, para poderem ser reutilizados. Com o uso frequente esses sacos começam a ficar danificados, gastos nalguma zona, ou com buracos, às vezes as alças rompem. Podemos não querer remendar um desses sacos, mas podemos sim reutilizar o material de que ele é feito, as partes boas, sem buracos, nem rasgões para fazer uma mala, transportável na bicicleta e ainda resistente à chuva. Que dizem?

Número máximo de participantes: 10

Inscrições: recostura.lx@gmail.com

Ambas as oficinas irão funcionar com a economia da dádiva.

Grupo de Acção e Intervenção Ambiental