No dia 18 de Junho, no maravilhoso espaço C.A.R.M.E.N. generosamente cedido pelos seus responsáveis, reuniram-se cerca de 20 representantes diversas/os do agro-território de Odemira. Produtores agrícolas e membros de associações e colectivos aceitaram o desafio de lançarem juntas/os um olhar crítico às características da zona no que respeita em particular à produção agrícola . O Covid e agendas muito preenchidas impossibilitaram alguns profissionais bem como representantes das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal de Odemira de se juntar às pessoas participantes, o que não impediu um debate vivo e produtivo. O grupo acabou por ser constituído por três gerações, permitindo a fusão de diferentes conhecimentos e sensibilidades.
![](https://gaia.org.pt/wp-content/uploads/sites/8/2022/07/photo_BOAS-VINDAS-2022-07-01-12.51.05-1024x768.jpeg)
Utilizando metodologias próprias da dinâmica do Diagnóstico Rural Participativo, uma ferramenta de auto-análise e empoderamento de pessoas do meio rural já bastante usada no continente Sul-Americano, pretendeu-se responder às seguintes perguntas:
- Como evoluiu a paisagem e a presença humana da pré-história até hoje?
- Como se pode caracterizar a agricultura em Odemira?
- Quais são os principais desafios para a agricultura em Odemira?
- O que causa e quais as consequências dos principais problemas encontrados?
Para responder à primeira pergunta, o primeiro facilitador embarcou as pessoas presentes numa viagem, visualizada num mapa interactivo, pelas várias étapas de desenvolvimento do território de Odemira. Com a ajuda da memória das pessoas participantes, foi-se completando o mapa.
![](https://gaia.org.pt/wp-content/uploads/sites/8/2022/07/photo_Migueldinamica-2022-07-01-12.56.34-1024x768.jpeg)
O mapa dos recursos naturais e ocupação humana foi depois rematado com uma reflexão sobre os recursos sociais, económicos e culturais em duas épocas distintas.
![](https://gaia.org.pt/wp-content/uploads/sites/8/2022/07/photo_2022-07-01-12.55.56-1024x768.jpeg)
De seguida, em duas mesas rotativas, foi feita uma análise FOFA conjunta (identificando Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) da produção agrícola e sistema agro-alimentar de Odemira.
![](https://gaia.org.pt/wp-content/uploads/sites/8/2022/07/photo_FOFA-2022-07-01-12.53.18-1024x768.jpeg)
Um almoço saboroso com ingredientes de produtores locais e da estação, preparado por uma das participantes, ela própria produtora, renovou as energias do grupo para que à tarde se focasse a problematização dos desafios do agro-território.
![](https://gaia.org.pt/wp-content/uploads/sites/8/2022/07/photo_ALMOSSO-2022-07-01-12.53.24-1024x768.jpeg)
As duas dinâmicas da tarde complementaram-se: a primeira visou listar os principais problemas do agro-território, culminando numa votação pelas pessoas presentes de forma a escolher três problemas mais urgentes e/ou importantes.
![](https://gaia.org.pt/wp-content/uploads/sites/8/2022/07/photo_problemas-votados-2022-07-01-12.52.54-768x1024.jpeg)
De seguida, em três mesas, cada um destes problemas mais votados foi dissecado usando a técnica da ‘Árvore de Problemas’, que ajuda a evidenciar as causas do problema bem como os impactos que está a ter.
![](https://gaia.org.pt/wp-content/uploads/sites/8/2022/07/photo-Kayadinamica_2022-07-01-12.55.51-1024x768.jpeg)
![](https://gaia.org.pt/wp-content/uploads/sites/8/2022/07/photo_problema3-2022-07-01-12.55.41-1024x768.jpeg)
No fecho da oficina foram recolhidas as opiniões e sugestões das pessoas participantes sobre os resultados da mesma e as expectativas para próximos passos. A equipa do Diagnóstico Rural Participativo comprometeu-se a preparar um documento baseado nas várias recolhas de dados feitas no território (dados documentais e estatísticos, dados em terrenos agrícolas e de entrevistas com produtoras/es e ainda os resultados das discussões durante a oficina).
Prevê-se que este documento esteja pronto em Setembro. Será disponibilizado não apenas aos/às participantes, mas também a um público mais alargado, tanto on-line como através do envio para todas as entidades relevantes no território (Associações de Desenvolvimento Local, Câmara e Juntas de Freguesia, associações de produtores,…). O projecto finalizará ainda com um evento público presencial a realizar no Outono. Neste, haverá a oportunidade de reflectir, em conjunto, sobre o futuro agro-alimentar da região de Odemira.