Jantar popular – O que é ser indígena? – 8 de Maio, 20h- GAIA (Alfama)

No primeiro encontro do nosso Fórum Indígena Lisboa iremos abordar e discutir o que é ser indígena.
A proposta é unir os nossos conhecimentos para discutir este termo tão diverso e sobre o qual, muitas vezes, há tão pouco entendimento.

Debateremos desde a etimologia da palavra até às suas várias interpretações, as estudadas pela comunidade científica e as aceites por comunidades indígenas.

Para isso, contaremos também com a presença da indígena Groati, feminista e militante do estado do Pará, Brasil, que por meio de uma videoconferência nos vai presentear com a sua própria noção do que significa ser indígena e discutir a relação desta com a nova velha política de extermínio dos povos indígenas no Brasil.

Estamos abertos para quem quiser se unir connosco.
Vamos adquirir e compartilhar deste conhecimento ancestral nesta quarta-feira!

18h -> Cozinhar *** 20h -> Jantar *** 21h -> Conversa

*** O que é o Jantar Popular? ***

– Um Jantar comunitário vegano, biológico e LIVRE DE OGMs que se realiza no GAIA, Rua da Regueira, nº 40, em Alfama.
– Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários.
– Um jantar em que podes colaborar e aprender a cozinhar vegano! Para cozinhar e montar a sala basta aparecer a partir das 18h. Jantar “servido” a partir das 20h.
– Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga. O preço nunca é mais de 3 pirolitos.
– Um exemplo de consumo responsável, com ingredientes que respeitam o ambiente, a economia local e os animais.
– Uma oportunidade para criar redes, trocar conhecimentos e pensar criticamente.

 

 

Apelo: 24 de Maio – Greve Climática Estudantil

Somos colectivos, associações e sindicatos empenhados na luta pela justiça climática.

Entusiasma-nos a nova onda de mobilização liderada por jovens que fazem greve às aulas para reivindicar um futuro e um planeta habitável.

Ecoamos as palavras da Greta Thunberg perante os líderes mundiais na última Cimeira do Clima da ONU:

Até que se comecem a focar no que precisa de ser feito, em vez de no que é politicamente possível, não haverá esperança. Não podemos resolver uma crise sem a tratar como uma crise. Precisamos de deixar os combustíveis fósseis no chão e precisamos de focar-nos na equidade. E se as soluções dentro deste sistema são impossíveis de encontrar, deveríamos talvez mudar o próprio sistema. Não viemos aqui para implorar aos líderes mundiais que se preocupem. Vocês ignoraram-nos no passado e vão ignorar-nos de novo. Já estamos cansados de desculpas e já estamos quase sem tempo. Viemos aqui para vos dizer que a mudança está a chegar, gostem dela, ou não. O verdadeiro poder pertence às pessoas.”

Aplaudimos a clareza e a determinação destas palavras. Solidarizamo-nos com as e os jovens que assumem esta causa como sua – porque ela é de todos – e que se unem para impedir os decisores políticos e económicos de queimar o nosso futuro.

Assumimos o compromisso de:

  • mobilizar os nossos recursos para ampliar as vozes da organização da greve,
  • divulgar a greve nas nossas redes,
  • disponibilizar os nossos materiais para uso livre pela organização da greve, e
  • dar visibilidade à liderança das organizadoras da Greve Climática Estudantil.

Se a greve ganhar a luta, ganhará a humanidade inteira.

No dia 24 de Maio, às 10h30, faz greve climática também e aparece na manifestação.

3ª, dia 2 de Abril: projecto Mouraria Composta visita Alfama!

O Mouraria Composta é um projeto da Associação Renovar a Mouraria que visa sensibilizar a comunidade local para a problemática ambiental contemporânea, capacitando e dando ferramentas concretas para a reutilização de resíduos. 
Como fazer isto no centro histórico da cidade? Seria possível uma iniciativa similar em Alfama?
Na próxima Terça, dia 2 de Abril, às 20h, o grupo LUA (Lisbon Urban Agriculture) convida a Rosalba para fazer uma apresentaçao da Associaçao Renovar a Mouraria e deste projeto de compostagem, com um pequeno documentário e conversa.
O evento decorre nas instalações do GAIA na Rua da Regueira, 40.

30/3: Encontro Sementeca e Jantar Popular “A Importância da biodiversidade agrícola”

No dia 30 de Março, último Sábado do mês, realiza-se mais um Encontro da Sementeca seguida de Jantar Popular com o convidado especial Sérgio Murra Martins, sócio-guardião da Colher para Semear, que nos vem falar de sementes e o papel da biodiversidade na agricultura.

Qual a importância da biodiversidade agrícola?

Quando falamos de biodiversidade pensamos imediatamente em diversidade de espécies animais e vegetais, invariavelmente associados a paisagens naturais, florestas virgens, estepes, desertos, etc. Mas a biodiversidade é muito mais que isso e quando falamos em biodiversidade agrícola estamos a pensar na biodiversidade criada pelo homem com o advento da agricultura e por ele mantida desde então. Esta diversidade encontra-se tão ou mais ameaçada que a biodiversidade natural tendo o número de variedades de plantas agrícolas e de raças de animais domésticos diminuído consideravelmente nos últimos anos. A conversa será em torno desta biodiversidade, dando exemplos da mesma, da importância da sua conservação e as principais causas para a sua diminuição e como podemos contribuir para a sua conservação.

Horários:

>17 horas: vem trocar sementes ou pedir emprestado à Sementeca

18H30: Conversa sobre A Importância da Biodiversidade Agrícola com Sérgio Martins

20h00: Jantar (se quiseres ajudar no jantar, aparece às 17h!)

 

O que é o Jantar Popular?

– Um Jantar comunitário vegano, biológico e LIVRE DE OGMs que se realiza no GAIA, Rua da Regueira, n 40, em Alfama.
– Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários.
– Um jantar em que podes colaborar e aprender a cozinhar vegano! Para cozinhar e montar a sala basta aparecer a partir das 18h. Jantar “servido” a partir das 20h.
– Um projecto autónomo e auto-sustentável. As receitas do Jantar Popular representam o fundo de maneio do GAIA que mantém assim a sua autonomia.
– Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga. O preço nunca é mais de 3 pirolitos.
– Um exemplo de consumo responsável, com ingredientes que respeitam o ambiente, a economia local e os animais.
– Uma oportunidade para criar redes, trocar conhecimentos e pensar criticamente.

A primavera no GAIA!

NB: a programação será actualizada aqui

No mês de março ainda há muitas oportunidades para visitar o GAIA!

Já este sábado, 23 de Março, recebemos mais uma oficina da Re:costura. Desta vez vamos aprender a fazer uma estrutura versátil, que tanto dá para guardar sementes como plantá-las diretamente, reutilizando materiais da loja grátis do GAIA. A oficina funciona com economia da dádiva e começa às 15h. Inscrições aqui
Mais info na página FB.

Na quinta-feira, dia 28 de Março, abrimos o GAIA às 16 horas para uma Oficina de Língua Quechua, com Elsa Ruiz e Jorge Amaguana, amigos do Equador. Logo depois, às 19 horas temos a última Recicleta de Março – não aos furos! vem reparar a tua bicicleta para não perder a primavera – com sopa ciclista.

No sábado, dia 30 de Março, juntamo-nos no encontro mensal da Sementeca do GAIA. A partir das 17 horas vem usar a Biblioteca e leva sementes emprestadas ou trocadas. O que vais plantar na tua horta de primavera/ verão? Às 18h30 há Conversa sobre a Importância da Biodiversidade Agrícola com o Sérgio Martins da Colher para Semear, seguida de Jantar Popular. Mais info aqui.

EM ABRIL, teremos três Recicletas  e duas delas são temáticas!
4 /4- Oficina de (re)criação e pintura de imagens, autocolantes e bandeiras para a recicleta.
11/4 – Oficina de reparação e construção do GAIA mobile
18/4 – O regresso das bicimáquinas!

Apareçam!

 

 

 

Dia 8 de Março e da Mulher: Greve feminista! 17h30 na Praça do Comércio em Lisboa!

O GAIA subscreve o manifesto!

MANIFESTO DA GREVE FEMINISTA INTERNACIONAL!

Juntas somos mais fortes!

A cada 8 de Março celebramos a união entre as mulheres e mobilizamo-nos em defesa dos nossos direitos.

Somos herdeiras das lutas feministas e das resistências operárias, anticoloniais e antirracistas. Reclamamos o património das lutas pelo direito ao voto, ao trabalho com salário, a uma sexualidade livre e responsável, à maternidade como escolha, à habitação, à educação e saúde públicas.


Por todo o planeta, somos as mais traficadas e as mais sacrificadas pela pobreza. Somos do país onde existem 6576 mulheres e raparigas vítimas de mutilação genital. Somos as sobreviventes da violência de género, que em Portugal mata, em média, duas de nós a cada mês, 80% das vítimas de violência doméstica e 90.7% das de crimes sexuais. Somos as vítimas da justiça machista, quando esta fundamenta as suas decisões em preconceitos, e da cultura da violação, que desacredita a nossa palavra e desvaloriza a nossa experiência, procurando atribuir-nos a responsabilidade das violências que sofremos. Somos as que vivem em alerta permanente, porque o assédio no espaço público e no local de trabalho continua a estar presente.

Somos múltiplas e diversas, de todas as cores e lugares, de todas as formas e feitios, com diferentes orientações sexuais e identidades de género, profissões e ocupações. Somos trabalhadoras, estudantes, reformadas, desempregadas e precárias, do litoral e do interior, do continente e das ilhas. Somos as invisíveis, as negras e as ciganas. Somos tu e eu, somos nós, somos tantas e tão diversas.

A 8 de Março, mulheres em todo o mundo levantam-se em defesa dos seus direitos e mobilizam-se contra a violência, a desigualdade e os preconceitos. Porque as violências que sofremos são múltiplas, a Greve que convocamos também o é.

No dia 8 de Março faremos greve ao trabalho assalariado, ao trabalho doméstico e à prestação de cuidados, ao consumo de bens e serviços e greve estudantil.


Basta de desigualdade no trabalho assalariado!

É a nós que nos é exigida a conciliação entre a atividade profissional e a vida familiar, razão que explica que sejamos as que mais trabalhamos a tempo parcial, o que originará reformas e pensões mais baixas no futuro, reproduzindo o ciclo de pobreza. Somos mais de metade das pessoas que ganham o salário mínimo, o que compromete a nossa autonomia financeira. As profissões em que somos a maioria da força de trabalho são muitas vezes social e salarialmente desvalorizadas. Nelas, as mulheres negras e imigrantes são as trabalhadoras mais exploradas e precarizadas. A diferença salarial é, em média, de 15.8%, ou seja, para trabalho igual ou equivalente, os nossos salários são inferiores, o que faz com que trabalhemos 58 dias por ano sem receber.

Os cargos mais bem pagos são ocupados por homens, embora sejam as mulheres as que mais concluem o ensino superior (60.9%). A desigualdade salarial com base no género está presente em todo o lado, nas empresas e instituições privadas e públicas.

Exigimos salário igual para trabalho igual ou equivalente e a reposição da contratação coletiva como forma de proteger o trabalho e combater as desigualdades. Temos direito a um projeto de vida digno e autónomo: não somos nós quem tem de se adaptar ao mercado de trabalho, é ele que tem de se adaptar a nós. A gravidez ou os cuidados com descendentes e ascendentes não podem ser o argumento escondido para o despedimento ou a discriminação.


Basta de desigualdade no trabalho doméstico e dos cuidados!

Para além do trabalho assalariado, muitas mulheres, sem que a maior parte das vezes isso resulte de uma escolha, têm de desempenhar diversas tarefas domésticas e de prestação de cuidados e assistência à família. Este trabalho gratuito, desvalorizado e invisibilizado ocupa-nos, em média, 1 hora e 45 minutos por dia, o que corresponde, durante um ano, a 3 meses de trabalho. A contratação de serviços domésticos reproduz muitas vezes várias desigualdades – raciais, de género e de classe, porque é um trabalho frequentemente desenvolvido por mulheres migrantes e racializadas, sem contrato e sem direitos.

Reclamamos o reconhecimento do valor social do trabalho doméstico e dos cuidados e a partilha da responsabilidade na sua prestação. Propomos que este tipo de trabalho seja considerado no cálculo das reformas e pensões e defendemos o reconhecimento do estatuto de cuidador/a. Defendemos a redução do horário de trabalho e igualdade nos tempos de descanso e de lazer. Queremos respostas públicas de socialização de tarefas domésticas e de cuidados, das creches às residências assistidas e de cuidados continuados, das cantinas às lavandarias.


Basta de reprodução das desigualdades e do preconceito nas escolas!

Os currículos pelos quais estudamos continuam a contar a história dos vencedores, reproduzindo vieses de género, classe e raça. A praxe académica, onde o poder é exercido por meio da humilhação, reproduz violência machista, lesbitransfóbica e racista, estereótipos e preconceitos de género e objetificação dos nossos corpos.

Defendemos o direito a conhecer a nossa história e a das resistências ao machismo e ao colonialismo, as alternativas económicas, culturais e ambientais. Exigimos o direito a uma educação pública e gratuita em todos os seus níveis. Reivindicamos uma escola da diversidade, crítica, sem lugar para preconceitos e invisibilizações, uma escola livre de agressões machistas e lesbitransfóbicas, dentro e fora das salas de aula, uma escola empenhada na educação sexual inclusiva como resposta ao conservadorismo.
Basta de estereótipos e de incentivos ao consumo!

Identificamos nos media, nas redes sociais, na publicidade e na moda a difusão da cultura machista. Rejeitamos a sociedade de consumo, que nos condiciona a liberdade e nos transforma em consumidoras. Não somos mercadoria e, por isso, recusamos a exploração dos nossos corpos e das nossas identidades, os estereótipos que ditam medidas-padrão, ideais de beleza formatados, gostos, comportamentos e promovem estigmas e discriminações. Porque exigimos ser protagonistas das nossas vidas e donas dos nossos corpos, recusamos o negócio em torno da nossa sexualidade e saúde reprodutiva e reclamamos a gratuitidade dos produtos de higiene.


Basta de destruição ambiental!

Recusamos as políticas neoliberais, porque elas são predatórias, destroem a biodiversidade, provocam alterações climáticas e originam milhões de migrantes ambientais, o que dificulta de forma muito particular a vida e a sobrevivência de mulheres, que, em muitas zonas do planeta, são quem se dedica à agricultura e tem a responsabilidade de prover a família de alimentos. Estamos solidárias com as mulheres indígenas que resistem à globalização e estão comprometidas com as lutas contra as alterações climáticas, contra a dependência de energias fósseis e em defesa da soberania alimentar.


Basta de guerra e de perseguição às pessoas migrantes!

Rejeitamos as guerras e a produção de armamento. Para saquear matérias-primas e garantir controlo geopolítico e económico, destroem-se culturas, dizimam-se povos e expulsam-se populações dos seus territórios. As guerras originam milhões de pessoas refugiadas, entre as quais muitas mulheres e crianças, vítimas de redes de tráfico humano e sexual, da pobreza e da destruição. Levantamo-nos pelo fim das guerras, pelo acolhimento das pessoas migrantes e em defesa da alteração da lei da nacionalidade. No mundo ninguém é ilegal! Quem nasce em Portugal é português/portuguesa!


Todas estamos convocadas para a Greve Feminista. Todas temos mil e uma razões para protestar, parar, reivindicar. Fazemos Greve porque não nos resignamos perante a desigualdade, a violência machista e o conservadorismo. Fazemos Greve para mostrarmos que as mulheres são a base de sustentação das sociedades.

COMUNICADO: CONTAMINAÇÃO CRÓNICA POR GLIFOSATO EM PORTUGAL

Plataforma Transgénicos Fora
www.stopogm.net
2019/02/25

 

100% de contaminação com esta substância cancerígena

CONTAMINAÇÃO CRÓNICA POR GLIFOSATO EM PORTUGAL

A Plataforma Transgénicos Fora lançou uma iniciativa em 2018 para testar a presença de glifosato em voluntários portugueses. As análises, realizadas em julho e em outubro com o mesmo grupo, demonstram uma exposição recorrente ao herbicida e apontam para uma contaminação generalizada por glifosato em Portugal.

Pela primeira vez em Portugal foi possível calcular os valores de exposição efetiva ao glifosato (que levam também em consideração o AMPA – substância em que o glifosato se transforma quando começa a degradar-se) e os resultados, quando comparados com outros países europeus,(1) mostram uma diferença preocupante: enquanto que na média de 18 países se verifica que 50% das amostras estão contaminadas, as duas rondas de testes em Portugal estavam acima desse valor – e em outubro a contaminação foi detetada em 100% das amostras, tal como apresentado nesta imagem:

Fig 1.

O glifosato é o herbicida mais usado em Portugal e causa cancro em animais de laboratório, estando classificado pela Organização Mundial de Saúde como carcinogéneo provável para o ser humano.(2) Embora a Comissão Europeia tenha chegado a conclusão diferente, informações recentes mostram que essa avaliação científica resultou de graves conflitos de interesses, ao ponto de plagiar sistematicamente os pontos de vista da indústria.(3)

O valor médio da contaminação das amostras (Fig. 2) foi de 0,35 ng/ml em julho (valor mais alto: 1.39 ng/ml) e de 0,31 ng/ml em outubro (valor mais alto: 1,20 ng/ml), o que é cerca de três vezes (300%) acima do limite legal na água de consumo.(4) Considerando apenas as crianças verifica-se que em julho estavam próximo da média, enquanto que em outubro estavam claramente acima (com 0,44 ng/ml). O facto de existir uma contaminação considerável em crianças já tinha sido detetado em 2016(5) e é um sinal de alerta para a necessidade de conhecer melhor qual a exposição real da população portuguesa em termos de estratificação etária, ao longo do tempo e nos diferentes pontos do país.

Fig 2.

Contaminação permanente

Tanto quanto se sabe a maior parte do glifosato ingerido ou inalado pelo organismo é excretado pela urina em menos de um dia. Isso significa que a contaminação detetada na segunda ronda de análises provém de novos contactos com o herbicida. Quando se deteta contaminação ao longo do tempo isso significa que houve exposição sucessiva do organismo – ou seja, há glifosato a recontaminar constantemente a população portuguesa.

Os voluntários de 2016 e de 2018 revelam dimensões diferentes da população nacional. Em 2016 anos houve uma amostragem tão aleatória quanto possível: nenhum dos voluntários escolhidos consumia agricultura biológica ou estava ligado a alguma corrente ou preocupação particular com a alimentação. Já em 2018 os participantes inscreveram-se por iniciativa própria e tiveram de pagar o custo da 1ª análise (78.20€). Cerca de 80% dos inscritos identificaram-se como consumidores de alimentos biológicos com alguma regularidade.

Em termos de resultados os participantes de 2016 estavam significativamente mais contaminados, o que aponta para um possível efeito protetor nos consumidores de agricultura biológica. Por outro lado a alimentação não é o único veículo de contaminação: a água e o ar são fontes igualmente relevantes e a época do ano também tem influência (usa-se mais glifosato no início da primavera, precisamente a altura em que as análises de 2016 tiveram lugar).

A coordenadora da campanha Autarquias Sem Glifosato/Herbicidas, Dra. Alexandra Azevedo, alerta: “Tivemos conhecimento de análises em águas superficiais na bacia do rio Douro que revelam contaminação 70 vezes acima do limite máximo legal. Ainda há autarquias que lavam as ruas com glifosato mas já há outras que abandonaram os herbicidas e provam no terreno que as alternativas existem.”(6)

A bióloga Margarida Silva, da Plataforma Transgénicos Fora, lembra: “A ciência mais recente mostra que o glifosato altera profundamente a composição do nosso microbiota gastrointestinal. Quando esse equilíbrio fica comprometido podem surgir doenças graves, desde diabetes tipo 2 a aterosclerose, a obesidade e até cancro. Que mais evidências são necessárias para que o governo cumpra a sua função de proteger a nossa saúde?”

Apelo ao governo

É verdade que o trabalho realizado pela Plataforma Transgénicos Fora não permite retirar conclusões finais, mas o peso das evidências não pode ser ignorado. Desde 2016, em que a Plataforma mostrou pela primeira vez que a situação portuguesa era inesperadamente preocupante, não foram ainda tomadas pelos responsáveis governamentais quaisquer medidas que permitam desvendar o que se passa de facto no país e iniciar um caminho de redução do uso dos herbicidas à base de glifosato.

Neste contexto a Plataforma Transgénicos Fora apela ao Governo Português para:

  1. Lançar um estudo abrangente sobre a exposição dos portugueses ao glifosato.
  2. Proibir a venda de herbicidas à base de glifosato para usos não profissionais.
  3. Tornar obrigatória a análise ao glifosato na água de consumo.
  4. Acabar com o uso de herbicidas sintéticos na limpeza urbana.
  5. Apoiar os agricultores na transição para uma agricultura pós-glifosato nos próximos anos.

Como proteger-se do glifosato e seus efeitos

A Plataforma Transgénicos Fora divulga também hoje um documento com sugestões detalhadas para quem estiver interessado em limitar a sua exposição ao glifosato. O documento pode ser descarregado em https://tinyurl.com/pistas2019

Referências

(1) Hoppe, H-W. (2013). Determination of Glyphosate residues in human urine samples from 18 European countries. Report Glyphosate MLHB-2013-06- 06. Medical Laboratory Bremen, Haferwende 12, 28357 Bremen, Alemanha, 12 de junho. https://tinyurl.com/hoppe2013

(2) Guyton, Kathryn Z., et al. (2015). “Carcinogenicity of tetrachlorvinphos, parathion, malathion, diazinon, and glyphosate.” The Lancet Oncology 16.5: 490-491.

(3) Ferreira, Ana B. (2019). Glifosato. Especialistas contratados pela UE copiaram relatórios da Monsanto. Diário de Notícias, 15 de Janeiro. https://tinyurl.com/yblgc2kf

(4) O limite imposto pela Directiva 98/83/CE do Conselho de 3 de novembro de 1998 relativa à qualidade da água destinada ao consumo humano é de 0,1 ng/ml.

(5) Plataforma Transgénicos Fora (2016). Glifosato: o herbicida que contamina Portugal. 29 de abril. https://tinyurl.com/glifosato2016portugal

(6) O mapa das autarquias que aderiram ao compromisso de não usar glifosato está em https://tinyurl.com/autarquiasmapaglifosato

A Plataforma Transgénicos Fora é uma estrutura composta por voluntárias/os que oferecem o seu tempo para uma luta que é de todos. São estas as entidades não-governamentais da área do ambiente e agricultura que apoiam formalmente o trabalho da Plataforma: AEPGA, Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino; CAMPO ABERTO, Associação de Defesa do Ambiente; CNA, Confederação Nacional da Agricultura; CPADA, Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente; GAIA, Grupo de Ação e Intervenção Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; LPN, Liga para a Proteção da Natureza; MPI, Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente; PALOMBAR, Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural; QUERCUS, Associação Nacional de Conservação da Natureza e ZERO, Associação Sistema Terrestre Sustentável. Contactos: info@stopogm.net e www.stopogm.net


Siga a Plataforma Transgénicos Fora no Twitter! Basta ir a http://twitter.com/PTF_StopOGM e clicar em “Seguir”.
Ponha também um “like” no nosso Facebook: https://www.facebook.com/Plataforma-Transgénicos-Fora-115089931846557/
Muito obrigado!

24 Fev: Encontro da Sementeca “Germinação – Acordar a Semente!”

No domingo, dia 24 de Fevereiro, vamos falar de germinação:

O princípio é :
Traz o que sabes, pergunta o que não sabes !

Muitas vezes o trabalho de germinação é uma barreira que nos
impede de começarmos as nossas hortas no ponto decisivo:
a Semente.

O caminho da semente à plântula passa pela germinação,
é o primeiro processo de todos. Há sementes que acordam facilmente, para isso bastando água, boa temperatura, luz, outras necessitam de passar
por várias aventuras, digestão, choques térmicos,escarificação…Vamos partilhar dúvidas, experiências, informação e aprender em conjunto.

12h30 há almoço!
14h conversas partilhadas sobre germinação
16h30 – empréstimo e troca de sementes

evento no FB

Dia 18 de Fevereiro no GAIA: Jantar Popular Contos e Línguas Indígenas

No próximo Jantar Popular vamos projetar várias curtas de animação faladas em línguas indígenas do Peru e do México.

Existem cerca de 6,909 idiomas no mundo, só na europa 230 e mais de 2,000 na Asia. Cerca de metade da população mundial fala pelo menos uma das 25 línguas mais faladas no mundo, a outra metade fala numa das restantes. Cerca de um quarto destes idiomas é falado por menos de um milhar de pessoas e estima-se que durante o próximo século mais de 3,000 idiomas desapareçam. Alguns destes idiomas são falados apenas por mulheres, outros apenas por mercadores, outros apenas numa aldeia, muitos por apenas uma mão cheia de anciões. Línguas nascem e morrem, as palavras desdobram-se ou extinguem-se, com elas um certo conhecimento e forma de ver o mundo. De uma língua para outra, algumas palavras multiplicam-se, outras perdem-se. Quantas palavras existem para nuvem? Quantas existem para neve? Para descrever o estado do mar ou as diferentes correntes no rio? Quantas palavras existem para amor ou para laços familiares? Cada língua expressa uma certa maneira de estar no mundo, de se relacionar com o mundo, de viver o quotidiano e da atenção dada a este ou aquele aspecto do ambiente que nos rodeia; mas as palavras ou são faladas ou morrem, e nalguns casos são mortas. A globalização, tanto a actual como a secular, levada a cabo em processos coloniais e tecnológicos, ameaça esta diversidade cultural e traz consigo o silenciar dessas vozes, do conhecimento que estas carregam assim como dos contos e cantares que as animam. Nestes casos falar uma língua, e contar as suas histórias, é um acto de resistência à depredação capitalista de diferentes modos de vida.

18h -> Cozinhar 20h -> jantar 21h-> Sessão de curtas

O que é o Jantar Popular?

– Um Jantar comunitário vegano, biológico e LIVRE DE OGMs que se realiza no GAIA, Rua da Regueira, n 40, em Alfama.
– Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários.
– Um jantar em que podes colaborar e aprender a cozinhar vegano! Para cozinhar e montar a sala basta aparecer a partir das 18h. Jantar “servido” a partir das 20h.
– Um projecto autónomo e auto-sustentável. As receitas do Jantar Popular representam o fundo de maneio do GAIA que mantém assim a sua autonomia.
– Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga. O preço nunca é mais de 3 pirolitos.
– Um exemplo de consumo responsável, com ingredientes que respeitam o ambiente, a economia local e os animais.
– Uma oportunidade para criar redes, trocar conhecimentos e pensar criticamente.

Grupo de Acção e Intervenção Ambiental