
Festa das Trocas na LojaGrátis

Os donos deste sistema socioeconómico são apostadores de altíssimo risco. Na cobiça do lucro, arriscam quase tudo. E as fichas deste jogo, que arriscam em apostas cada vez mais altas, somos nós.
Todos os dias, as suas apostas erodem o nosso sentido de dignidade, segurança, saúde, justiça, esperança. Todos os dias, encurralam cada vez mais pessoas abaixo do limiar da pobreza, em regimes de trabalho precário e perigoso, ou desemprego perene, ciclos de penhoras e despejos, exclusão e imobilidade social, desigualdades galopantes. Tudo para continuar o jogo. Todos os dias, atacam o nosso direito a existir, e o das gerações vindouras, ao precipitarem o nosso sistema climático num inferno de secas, tempestades e fogos florestais. Tudo para continuar o jogo. Todos os dias, encontram novas formas de perpetuar as suas apostas, de extrair as vísceras da terra, enquanto salvam os bancos, as bolsas e os mercados de apostas, tudo para continuar o jogo.
Todos os dias, jogam com as nossas vidas.
É hora de jogarmos também – para inverter o jogo deles.
A campanha Empregos para o Clima convoca uma quinzena de ação pela justiça social e climática, de 24 de outubro a 6 de novembro, em todo o país. Traz a tua organização ou coletivo às ruas esta quinzena, para jogos/ações/protestos contra a precariedade laboral e ambiental, pelo emprego digno e um futuro sustentável! Reserva esta data.
Contacto: contacto@empregos-clima.pt
Seguir as etapas do caminho por aqui: http://bicicletada.colectivo1000101.org/pt
Parecemos entender o valor do petróleo, da madeira, dos minerais, ou da habitação, mas não percebemos o valor da beleza crua, da vida selvagem. Contra esta lógica do lucro, há centenas de anos que povos indígenas, campones@s e autócton@s levantam-se para se defenderem, defenderem a natureza. Nós decidimos realizar esta viagem para defendermo-nos, defender os oceanos, os aquíferos e os solos contra a exploração de energias fósseis, que destrói tudo à sua passagem deixando paisagens de deserto e praias negras de morte. Vamos rolar para partilhar informação, debater ideias, unir lutas e criar redes!
No mar, da Bacia do Porto à Bacia Algarvia, tencionam explorar reservas em águas muito profundas (Deep Offshore). O maior derrame de petróleo de sempre, foi de uma exploração Deep offshore conhecida como Deepwater Horizon, protagonizado pela British Petroleum (BP), no Golfo do México.
Em terra, no Bombarral, Cadaval, Alenquer, Alcobaça, Aljezur, Tavira e Serra da Ossa/Estremoz encontram-se reservas de gás de xisto, que só são extraíveis através da técnica da Perfuração Horizontal de Fracturação Hidráulica, conhecido internacionalmente como Fracking. Das últimas notícias sobre o fracking ouvimos falar de explosões e incêndios em poços de fracking, de terramotos constantes em Oklahoma ou em Montbiel aqui perto. Os rios e aquíferos são contaminados com resíduos radioactivos, minerais e metano devido às fissuras criadas pela fracturação hidráulica.
A exploração a altas profundidades no mar e a fractura hidráulica em terra são consideradas técnicas não-convencionais de extração. Para aceder a estas reservas, a indústria petrolífera inventa novas técnicas, ainda mais perigosas e mais poluidoras do que as técnicas “convencionais”.
O (des)governo português assinou contractos de concessões com grandes multinacionais, que prometem começar a perfurar o primeiro poço exploratório em Agosto a 80 km de Sines.
Se te tirassem todo o sangue e os ossos de dentro de ti, como irias sentir-te? O petróleo é o sangue do planeta, os minerais os ossos. Os engenheiros não conseguem controlar as suas experiências gananciosas com a energia do planeta terra.
Queremos partilhar a aprender todo o conhecimento das populações por onde passarmos. Conhecer as energias respeitadoras dos animais, plantas, rios e ecossistemas (onde nos incluímos como espécie). Recolher o conhecimento, as energias e depois divulgar, unir, criar.
Apelamos aos nossxs colegas rebeldes de todo o mundo que se unam contra o fracking, um dos vários atentados do capitalismo. Destruir tudo, ficar com os lucros. Vamos resistir a este Ecocídio, que intrínsecamente provoca Genocídios.
Este evento depende a participação, colaboração e apoio mutuo. Será financiado pelos participantes e por quem apoiar pelo caminho.
Não procuramos doações, preferimos participações!
Aqui partilhamos o nosso plano, também podem ver o caminho. Aguardamos o vosso contacto para adicionar mais eventos ao caminho!
Estão todxs convidadxs a participar numa etapa, em várias etapas, ou num pequeno trajecto contactem-nos através do e-mail bicicletada at disroot ponto org.
* Relembrar a bicicleta como um meio de transporte
* Passar nos locais importantes para a indústria petrolífera (refinarias, áreas com concessões, locais onde já foram realizadas prospeções, etc.)
* Passar informação (flyers, stickers, apresentações, palestras, etc…)
* Conhecer e/ou dar a conhecer projectos e locais que divulguem a auto-sustentabilidade, energia livre, libertação animal, defesa da natureza, permacultura, * * organização horizontal, projectos sociais, movimentos alternativos, etc…
* Deixar a semente para a criação de um grupo local contra o petróleo e gás e outros tipos de mega projectos.
* Servir de meio de contacto entre várias pessoas e grupos que poderão vir a colaborar em acções futuras.
* Incentivar cada um a acreditar em si, e a agir como consegue e sabe, para colaborar ou criar o seu próprio grupo.
* Alertar o maior nr de pessoas possível durante a viagem, para que no futuro uma acção de um grupo contra as explorações de petróleo ou uma acção do governo e/ou petrolíferas seja apoiada ou rejeitada de norte a sul.
* Dar a conhecer várias formas de resistência popular na Europa e no Mundo
* Convidar as pessoas a participar activamente na acção com uma receção, dar flyers, organizar uma secção de informação, viajar 1, 10,100,1000, ou todos os km da viagem, a criar um grupo local, a organizar eventos para chamar atenção para as explorações, etc.
* Criar uma rede de luta contra as energias fosseis, para invocar protestos e acções de solidariedade com as lutas em seu redor.
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O QUE TRAZER (SEM OBRIGAÇOES)
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* Vontade
* Comida para um par de dias (depois a ver)
* Saco de cama e/ou tenda
* Uma camara de ar; luzes; um cabo de travões e mudanças; alguma ferramenta, colete refletor
* Contactos para o caminho (para conhecer, ajudar, comer, apresentar uma secção de informação, dormir, etc)
* Identificação (evitar “casos de policia”)
* Uma cópia dos direitos dos ciclistas na estrada
* Propaganda e informação
* Mentalidade de organização horizontal
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O QUE NAO TRAZER
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* Propaganda Politica, do tipo: Xenófoba, Racista, Sexista, Corporativa, Religiosa, Capitalista e Nacionalista.
* Propaganda das gigantes ONGs ambientalistas internacionais
* Camping-Gás ou fogões
* Superioridade moral
* Infiltrados (jornalistas, policia em serviço, lobistas, observadores das corporações e ONGs, informadores, Etc.)
O QUE GOSTARIAMOS
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* Que a alimentação fosse 100% vegetariana (chamar a atenção para a Libertação Animal, e para a produção de produtos de origem animal e o impacto nos gases efeito de estufa, que já ultrapassa o impacto do CO2 na camada de ozono devido ao Metano libertado durante a produção de animais)
* Que os alimentos fossem biológicos
* Praticar freeganismo (2)
* Que as nossas roupas não ostentassem marcas
* Que as bicicletas não sejam de uma loja, ONG, corporação/empresa, para evitar o Greenwashing e a publicidade proveitosa.
* Apoios locais com espetáculos de malabares, teatro, contadores de histórias, concertos acústicos (de preferência), performances e outros.
* Acções em locais que representam as corporações que investem na exploração de gás e petróleo em Portugal
* Que chegássemos ao Fim
* Que o Fim fosse um princípio… do fim da indústria do fóssil!
Que dizem?
(1) FORÇA MAIOR
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• Incumprimento ou atraso por parte da concessionária, de qualquer obrigação, no todo ou em parte, serão justificáveis, se o incumprimento ou atraso seja causado por motivos de Força Maior.
• Força Maior significa qualquer acontecimento ou circunstância considerada, de acordo com critérios de razoabilidade, fora do controlo de qualquer das partes (corporações e Estado), que impeça ou atrase o cumprimento das obrigações previstas no contracto de concessão, que apesar de tomadas todas as diligências adequadas, tal parte não seja capaz de evitar, actos de guerra, actos de terrorismo, tumultos, rebeliões ou perturbações civis, actos de Deus, terramotos, tempestades ou outras catástrofes naturais, explosões, incêndios ou expropriações, nacionalizações, requisição ou outras interferências de autoridades governamentais e ainda greves nacionais ou regionais ou conflitos laborais (oficiais ou não).
• Se os motivos de Força Maior se mantiverem durante mais do que 15 dias consecutivos as Partes (corporações e estado) vão reunir e rever a situação para acordarem medidas a serem tomadas para a remoção da Força Maior.
• Se os motivos de Força Maior ocorrerem durante o período inicial de prospeção e pesquisa, e os seus efeitos continuarem por um período de 6 meses consecutivos, a concessionária poderá com um prazo de 90 dias requere o fim do contracto junto do governo. A proposta será avaliada pelo Estado.
(2) FEEGANISMO
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* Freegans são pessoas que consomem o mínimo possível de produtos. Os freegans apoiam a comunidade e a ajuda mútua.
* O termo freegan é derivado das palavras “free” (livre, grátis, em inglês) e vegan. Vegans são pessoas que não consomem produtos de origem animal ou testados em animais, em um esforço de evitar a exploração animal, reconhecendo que em uma economia industrial, de produção em massa, movida pelo lucro a exploração acontece em todos os níveis desde a aquisição da matéria-prima, à produção e ao transporte em praticamente quase todos os produtos que compramos
* Procura meios para não colaborar em uma sociedade onde os alimentos são cultivados a milhares de quilômetros, industrializados, e transportados por longas distâncias para serem armazenados por um longo período, tudo isso a um alto custo ecológico.
* Os freegans reconhecem os impactos ecológicos e sociais dos automóveis. Todos sabemos que os automóveis, mas normalmente ninguém pensa nos fatores como florestas serem destruídas para a construção de estradas onde antes havia vida selvagem, e nas constantes mortes de seres humanos e de animais. Além do mais, o atual uso massivo do petróleo gera o estímulo econômico que acarreta guerras.
* Talvez a estratégia freegan mais comum seja a chamada “pilhagem urbana” ou “mergulho em lixeiras”. Essa técnica consiste em procurar no lixo das lojas, residências, escritórios, e outros locais, por bens utilizáveis, incluindo alimentação.
* Grupos como o Food Not Bombs (Comida, e não Bombas) recuperam alimentos que provavelmente iriam para o lixo e os utilizam para preparar refeições coletivas em locais públicos.
* Os freegans reciclam, fazem composto de matéria orgânica no solo para produzir adubo, e sempre que possível consertam o que têm ao invés de mandar fora e comprar algo novo.
* Para o freegan trabalhar significa sacrificar nossa liberdade para obedecer ordens de outros, significa estresse, chateação, monotonia e em muitos casos, arriscar nossa bem-estar físico e psicológico.
// A LINHA VERMELHA é uma frase usada globalmente para dar um sentido figurativo a um ponto de não-retorno, ou uma linha na areia, sendo um limite passado o qual a segurança deixa de existir.
Há alternativas seguras à exploração de petróleo e de gás de xisto. Vamos manter as águas freáticas potáveis e o petróleo no chão.
Desde 25 de Junho e até dia 30 de Junho vamos encontrar-nos todos os fins de tarde, à beira do lago*, entre as 17h30 e as 19h30, para em conjunto tecer uma linha vermelha.
Estamos a tecer e entrançar e tricotar uma linha vermelha contra a exploração de petróleo na costa portuguesa e de gás de xisto!
Porquê tecer? Porque desde tempos imemoriais as tecelãs tecem o destino da humanidade – teçamos então o nosso destino comum com responsabilidade e sentido de interconexão neste ecossistema partilhado entre todos a que chamamos território.
Participa desta acção – cada ponto tricotado tem intenção, e ponto a ponto se faz a acção.
Se não estiveres em Lisboa também podes participar! Tece e tricota as tuas linhas vermelhas, se não sabes como convida as tricotadeiras da tua zona para ajudarem, ou a tua avó, ou se nao conheces ninguem que saiba como e queres dinamizar a acção com mais gente dirige-te a um centro de dia e junta as anciãs para uma sessão de tricot de linhas vermelhas, e envia-nos ate dia 30 as linhas para juntarmos à grande linha vermelha. (envia mensagem por esta pagina)
São bem vindas:
1) Todas as formas de tecer/tricotar/entrançar/crochetear – com agulhas, mãos, pés, braços…
2) Quem já teceu ou tricotou muito, pouco ou nada.
3) Todos os materiais que possam ser tecidos, desde que sejam vermelhos – até uma t-shirt velha dá.
4) agulhas
E também:
4) fruta para partilhar e água fresca 🙂
5) imaginação, ideias, mensagens, perguntas, vontade de tricotar e tecer com o que estiver à mão.
6) máquina fotográfica para documentarmos o progresso deste trabalho colectivo.
Esta linha vermelha quer ajudar a tornar visível a voz dos que têm dito e repetido – NÃO – à prospecção e exploração de hidrocarbonetos – aqui e no mundo. Já chegámos ao limite de um paradigma energético baseado em combustíveis fósseis.
Em Portugal, a GALP em consórcio com a ENI anunciou que, em Julho, quer começar trabalhos ao largo de Aljezur. E a PARTEX em conjunto com a REPSOL anunciou o mesmo ao largo de Faro, para Outubro.
A Partex é uma das petrolíferas a quem foi concedida a prospeção e exploração de hidrocarbonetos na costa e terra portuguesas- e não só no Algarve! Pertence à Gulbenkian (remember Mr. 5%?). A actividade q desenvolve não só põe em risco o turismo, mas acima de tudo está na raiz das alterações climáticas.
E estamos disponíveis, queremos MUDAR o nosso consumo energético e modo de produção de energia!
https://www.facebook.com/events/1599023537094913/
A Campanha pelas Sementes Livres é uma iniciativa europeia que nasceu em 2011 com núcleos na maioria dos Estados-Membros da União Europeia. Em Portugal a campanha é dinamizada pelo Campo Aberto, GAIA, Movimento Pró-Informação para Cidadania e Ambiente, Plataforma Transgénicos Fora, Projecto270, Quercus e Wakeseed/Círculos de Sementes, para além de contar já com perto de cem subscritores e milhares de apoiantes individuais.
A nível internacional, a rede por detrás da Campanha está em contacto com muitas outras redes e organizações, entre elas a Aliança Global pela Liberdade da Semente (www.seedfreedom.info) que defendem a livre reprodução de sementes e o direito dos agricultores e horticultores ao acesso aos recursos naturais comuns.
A luta é local, nacional, internacional e global, porque os ataques ao direito à comida e aos recursos para a comida, acontecem a todos estes níveis.
Unindo cidadãos preocupados, agricultores, criadores independentes e organizações e associações sem fins lucrativos por toda a Europa, esta campanha visa inverter o rumo da agricultura na Europa e no mundo, onde constatamos que os modos de produção intensivos se sobrepõem cada vez mais à agricultura tradicional e de pequena escala e onde as variedades agrícolas e as próprias sementes, a base da vida, estão a ser retiradas da esfera comum e entregues nas mãos de multinacionais do agro-negócio.
A expressão mais recente desta tendência é a legislação que foi gradualmente aprovada pela anterior Comissão Europeia, para restringir a livre reprodução e circulação de sementes, facilitar o patenteamento de variedades de plantas agrícolas anteriormente pertencendo ao bem comum e ilegalizar as variedades em circulação que não estão registadas. Em 2014, celebrámos uma vitória, quando a proposta ‘Lei Europeia das Sementes’ unificada foi chumbada pelo Parlamento Europeu após anos de discussão e protesto. No entanto, as Directivas Europeias que estavam a preparar o caminho para a Lei unificada, ainda não foram derrotadas e estão a dar azo, em vários países europeus, a que se obrigue os agricultores e guardiões de sementes a registar todas as variedades tradicionais que pretendam usar, encetando burocracias e custos incomportáveis. As sementes tradicionais e locais ainda representam perto de 80% das sementes usadas no mundo, e não se adaptam à regulamentação complexa e pesada para sementes industriais proprietárias. Ao atropelar o direito do agricultor a guardar a sua semente, a indústria agro-química e os governos e instituições supranacionais que a apoiam visam retirar o papel de curador da semente ao agricultor, papel esse que desempenhou, com proveito para toda a humanidade, desde o nascimento da agricultura e da civilização há 10.000 anos!
Na ligação abaixo encontrarão o relatório das actividades da Campanha nos últimos 2 anos de 2014 e 2015. Relatorio2014_2015_CampSemntsF_0
Parceiros Europeus:
Forum Let’s Liberate Diversity
Nyeleni – European Food Sovereignty Network
Beyond Our Backyards – Agroecology Network
Plataforma global:
Global Citizens Alliance for Seed Freedom
Contactos da campanha: sementeslivres@gaia.org.pt | 910 631 664
For an English version introduction to the campaign, click here
Relatório das actividades da Campanha nos anos 2014 e 2015 disponível em anexo a esta página
Apoia o financiamento colectivo do documentário sobre guardiões e defensores de sementes SEED ACT!
Projecto Sementes para o Futuro ao abrigo do programa Grundtvig, 2013-2015
LEI DAS SEMENTES POR ENQUANTO TRAVADA NO PARLAMENTO EUROPEU
PETIÇÃO EUROPEIA PARA MANTER AS SEMENTES LIVRES TEM 150.000 ASSINATURAS!! (Foi entretanto fechada)
ASSINAR PETIÇÃO DA ALIANÇA GLOBAL SEED FREEDOM PARA TRAVAR A LEI DAS SEMENTES EUROPEIA
ASSINAR A DECLARAÇÃO PARA A LIBERDADE DA SEMENTE DA ALIANÇA GLOBAL SEED FREEDOM
Sugestões de leitura das acções e actividades da campanha pelas sementes livres:
Acampamento Activo “Emergência da Semente” 2015
Declaração de Florença durante a Caravana Internacional pelas Sementes Livres, Maio 2014
Tudo sobre a nova Lei das Sementes – o que é, o que implica?
Iniciativa europeia de protesto e acção judicial contra as patentes sobre plantas
Agenda de Actividades e relatos das principais actividades da Campanha
Clica aqui para ver os materiais de comunicação da Campanha
Existem 3 formas de apoiar a Campanha pelas Sementes Livres (ver detalhes do apoio mais abaixo):
Adicionalmente, os apoiantes podem ajudar a Campanha financeiramente, através de um donativo.
COMO AJUDAR A CAMPANHA COM UM DONATIVO:
A Campanha das Sementes Livres é dinamizada por voluntári@s e depende integralmente da doação de tempo, materiais ou $$ para realizar as suas actividades. Se queres ajudar a dotar a Campanha com os meios adequados para realizar os seus objectivos, transfere a tua contribuição para o NIB 0035 0298 0000 6902130 27 (em nome do GAIA) com o descritivo “donativo sementes” e envia um email de confirmação da transferência com o nome completo da pessoa ou colectivo, morada e o NIF para sementeslivres@gaia.org.pt, afim de receber um recibo.
1. SUBSCRITORES DA CAMPANHA (ver a lista)
Para Colectivos, Produtores, Associações, Grupos, Movimentos e outras Iniciativas ligadas à agricultura ecológica ou defensoras da mesma.
>>O que implica?
>>Assinem as Petições
CONTACTEM A CAMPANHA ATRAVÉS DE sementeslivres@gaia.org.pt
PODEM BAIXAR AQUI OS MATERIAIS DA CAMPANHA.
VEJAM AQUI QUEM SÃO OS SUBSCRITORES DA CAMPANHA
2. REDE DAS HORTAS PELA DIVERSIDADE (ver a lista)
Especialmente para Hortas não comerciais e Hortas comunitárias.
A rede das Hortas pela Diversidade promove princípios de preservação do ecossistema, da defesa das sementes tradicionais e da colaboração e solidariedade entre hortelões.
>>O que implica?
CONTACTEM A CAMPANHA ATRAVÉS DE sementeslivres@gaia.org.pt
PODEM BAIXAR AQUI OS MATERIAIS DA CAMPANHA.
VEJAM AQUI QUEM SÃO AS HORTAS PELA DIVERSIDADE
3. PARA PESSOAS INDIVIDUAIS
>>Assina as Petições
>>Torna-te voluntári@
>>Pede para receber as novidades
>>Participa nas Ciberacções
Pontualmente vamos ter Ciberacções para em vez de apenas centenas juntar milhares de vozes no apelo para a preservação da Semente como Bem Comum. Fica atento a este espaço.
CONTACTEM A CAMPANHA ATRAVÉS DE sementeslivres@gaia.org.pt
PODEM BAIXAR AQUI OS MATERIAIS DA CAMPANHA.
Mais informação sobre a jornada e a manifestação: http://www.fecharalmaraz.org/
Nos últimos meses, a Campanha “Empregos para o Clima” tem sido discutida e articulada entre movimentos sociais, sindicatos e diversas instituições e organizações. O GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, apoia esta campanha. Aqui podem saber porquê e como.
A dívida ecológica é a dívida acumulada pelos países do Norte em relação aos países do Sul por duas razões: em primeiro, pelas exportações de matéria –primas a preços muito baixos dos países originários para os países altamente industrializados, preços que não incluem os danos ambientais produzidos pela extracção e processamento, nem pela contaminação que tais explorações provocaram ( e continuam a provocar); em segundo, pela ocupação gratuita e barata do espaço ambiental ( a atmosfera, a água e a terra) resultante dos depósitos dos resíduos produzidos pelos países do Norte.
A dívida ecológica começa com o colonialismo e ainda prossegue sob as mais diversas formas. O conceito de dívida ecológica baseia-se na ideia de justiça ambiental: se todos os habitantes do planeta têm direito à mesma quantidade de recursos e à mesma porção de espaço ambiental, os que usam mais recursos ou ocupam mais espaço têm uma dívida em relação ao demais.
Autora do texto: Daniela Russi, da ODG – Observatório da Dívida na Globalização – http://www.debtwatch.org
Texto retirado da revista «Ecologista» nº 42, Invierno 2004/2005, editada pelos Ecologistas en Acción
Tradução para português de Pimenta Negra
Outra parcela da Dívida Ecológica resulta da apropriação intelectual e da utilização do conhecimento ancestral relacionado com as sementes, o uso de plantas medicinais e outros conhecimentos sobre os quais se baseiam a biotecnologia e a indústria agrícola moderna. É o que se chama a biopirataria.
As características das distintas espécies de plantas e animais domésticos são o produto de uma história milenar de interacção entre elas, com o meio físico e com os seres humanos. As comunidades seleccionaram durante milhares de anos espécies para usá-las como alimento e para efeitos medicianis, e graças a essa interacção modificaram as caracterísitcas das espécies naturais, criando variedades diferentes com propriedades que só alguns grupos de pessoas conhecem. Este conhecimento é precioso para as empresas farmacêuticas, as empresas biotecnológicas e agrícolas, que os utilizam para obter enormes lucros, apesar de nada pagarem às populações locais que lhes propiciaram esses conhecimentos, e que são os verdadeiros proprietários desses conhecimentos.
Um exemplo de bipirataria produziu-se com a Nem – e que foi denunciado pela eco-feminista indiana Vandana Shiva. Esta árvore é usada há milhares de anos na Índia para obter produtos agroalimentares, farmacêuticos e cosméticos. Mas os produtos da Nem e o conhecimento sobre muitas das suas propriedades foram patenteados por certos investigadores e por algumas multinacionais dos países do Norte que obtiveram com isso enormes lucros que, no entanto, não aproveitam às populações indianas.
O sistema industrial produz uma grande quantidade de resíduos, com diferentes graus de toxicidade. Tratar desses resíduos torna-se dispendioso, e tais custos variam conforme as exigências normativas do países. Por essa razão, as empresas dos países do Norte acham rentável exportar tais resíduos tóxicos para os países onde a legislação ambiental é menos severa e, graças a essa menor severidade, desfazer-se desses resíduos.
Um exemplo é o transporte de resíduos eléctricos e electrónicos. Nos últimos anos, cerca de 80% dos aparelhos eléctricos e electrónicos recolhidos nos Estados Unidos para serem reciclados foram exportados para China, Índia e Paquistão, onde são tratdos sob condições altamente prejudiciais para a saúde humana através da incineração ao ar livre, criação de piscinas de ácidos, despejos incontrolados nas áreas rurais… Segundo um estudo da Agência de Protecção Ambiental norte-americana é 10 vezes mais económicos enviar um monitor para a Ásia do que ser reciclado nos Estados Unidos.
Não se pode dar um valor monetário à Dívida Ecológica no seu conjunto. De facto, há dificuldades que se ligam a um grande número de danos ambientais produzidos desde a época do colonialismo até aos nossos dias que faz ser impossível o seu cálculo total.
Da mesma maneira, a complexidade das relações entre ecossistemas e a sociedade humana faz que seja difícil determinar com exactidão as consequências de uma dano ambiental. As interacções entre os elementos de dois sistemas podem amplificar em muito uma perturbação no equilíbrio inicial e levar a mudanças irreversíveis e imprevisíveis. A contaminação transmite-se e acumula-se ao longo da cadeia trófica e os factores que aumentam o risco são muitos, e às vezes interactuam entre eles, tendo efeitos a longo prazo. Por isso é que é muito difícil isolar o efeito de cada elemento contaminante e estabelecer uma relação linear de causa-efeito.
Por último, a avaliação monetária pode dar conta só de uma parte das perdas associadas com a Dívida Ecológica, mas ignora muitos outros aspectos dessas perdas. Por exemplo, os economistas usam vários métodos para estimar o valor económico de uma vida humana, usando por exemplo o custo-oportunidade de trabalho perdido ou o preço dos seguros de vida. Estes valores reflectem só uma parte das perdas associadas a uma morte, enquanto que muitos outros aspectos não podem ser expressos em termos monetários. Mais a mais, estas estimativas são sempre discutíveis. Porque dependem do rendimento.
Por todas estas razões é que não é possível compensar senão uma pequena parte da Dívida Ecológica. Em muitos casos as populações prejudicadas por uma empresas recusam discutir a quantia da indemnização. No entanto, ao nível empresarial e institucional é mais eficaz usar uma linguagem quantitativa e monetária. Por exemplo, comparar a Dívida Ecológica, expressa em valores monetários, com a dívida externa, pode ser muito útil para demonstrar como esta última já há muito que foi paga, e que são os países do Norte que devem aos do Sul, e não ao contrário. Por outro lado, a avaliação monetária dos danos ambientais é útil num contexto judicial: a compensação económica do dano pode ser a única maneira de que as vitimas serem ressarcidas, para além de constituir um poderoso acicate para as empresas tomarem precauções e reduzir os riscos de acidentes.
A quantificação monetária não é a única maneira de avaliar a Dívida Ecológica: podem-se ainda usar métodos de quantificação física. Alguns dos possíveis indicadores são os que se obtêm da análise dos fluxos de materiais, uma metodologia que consiste em somar todas as toneladas de matéria que entram e saem de um sistema económico. Acontece que um fluxo de materiais não é um indicador directo de contaminação ( um gramo de mercúrio contamina mais que uma tonelada de ferro), mas pode dar uma ideia da dimensão física de uma economia. Usando esta metodologia, podemos observar que, enquanto de um ponto de vista monetário, as importações europeias são aproximadamente iguais às exportações, em termos de peso a Europa importa aproximadamente quatro vezes mais do que aquilo que importa.
Isto quer dizer que as exportações europeias são muito mais caras que as importações, ou seja, que os ingressos obtidos pela venda de bens exportados pode ser utilizado para comprara quatro toneladas de bens importados. Por isso é que os países do Sul se vêm incentivados a vender uma quantidade crescente de bens primários, como combustíveis fósseis, metais, minerais, etc, que produzem muita contaminação e pouca riqueza, ao passo que os países do Norte se especializam em produtos mais elaborados, mais caros e menos contaminantes.
Concluindo, a Dívida Ecológica é um instrumento conceitual sintético e eficaz para tratar das relações injustas Norte-Sul, e um meio adequado para obter o reconhecimento do desequilíbrio no uso dos recursos naturais e na contaminação produzida, a prevenção, isto é, uma série de políticas ambientais e económicas que impeçam a produção de novas dívidas, assim como a reparação –monetária e política – e a compensação, na medida do possível, da dívida já criada e, finalmente, a abolição da dívida externa.