Category Archives: Temas que discutimos

Jantar Popular dia 9 de Março: O passado, presente e futuro (agro)ecológico dos Baldios

Sexta-feira, dia 9 de Março, o Jantar Popular do GAIA lança um olhar sobre os espaços baldios, a sua identidade e o seu destino, com ajuda de Damián Copena que traz exemplos da Galiza.

Ajudar: 18 horas; Jantar: 20 horas; Projecção e debate: 21 horas

En Galicia a natureza está nas mans da veciñanza, así todos os galegos pertencen e son parte do monte que habitan.

O passado, presente e futuro (agro)ecológico dos Baldios

Uma terra que não se pode vender, nem parcelar, que não é propriedade privada nem pública, que existe e resiste como Bem Comum. Um território que se define pelo seu usufruto e pela gestão comunitária. Isto são os Baldios ou Montes Veciñais.

Esta forma ancestral de relação com o território persiste até os dias de hoje, apesar das numerosas pressões políticas e económicas ao longo da história para que deixe de existir. Outros tantos factores: o afastamento das populações destes territórios, o abandono de certos modos de vida autónomos e de gestão colectiva ou a progressiva aceitação de uma ideia de natureza como recurso para a indústria, levam-nos ao questionamento sobre o presente e o futuro dos Baldios, também desde um ponto de vista ecológico.

Mas há boas notícias. Vamos assistir a excertos de dois filmes e conversar com Damián Copena sobre exemplos vindos da Galiza de gestão agroecológica dos Montes Veciñais.

Com excertos de:
A Gente que nós somos (1975), “Remover Montanhas” 52′
Autores: Eduardo Pinto e Fernando Belo
Arquivo RTP

En todas as mans (2015) 100′
Autora: Diana Toucedo

Mais informação: Arquivo “Baldios” no Jornal MAPA
P.S. Falta uma semana e estamos quase lá: apoia o Crowdfunding do Jornal MAPA!

> O que é o Jantar Popular?
– Um Jantar comunitário vegano, biológico e LIVRE DE OGMs que se realiza no GAIA, Rua da Regueira, n 40, em Alfama.
– Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários.
– Um jantar em que podes colaborar e aprender a cozinhar vegano! Para cozinhar e montar a sala basta aparecer a partir das 18h. Jantar “servido” a partir das 20h.
– Um projecto autónomo e auto-sustentável. As receitas do Jantar Popular representam o fundo de maneio do GAIA que mantém assim a sua autonomia.
– Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga. O preço nunca é mais de 3 pirolitos.
– Um exemplo de consumo responsável, com ingredientes que respeitam o ambiente, a economia local e os animais.
– Uma oportunidade para criar redes, trocar conhecimentos e pensar criticamente.

6 de Março no GAIA: Jantar Popular Mexicano: O chamado da água!

Jantar Popular 6 de Março: O chamado da água – Tecedores de Redes na América Latina
Bem vindos a esta canoa, onde o rio de uma conversa nos vai levar por vários temas e lugares. A primeira paragem será o Consejo de Visiones – Guardianes de la Tierra, movimento com quase 30 anos que nasceu no México e que tem transformado biorregiões, revolucionado ideias e inspirado a criação de centenas de organizações e projetos por todo o mundo. Daí faremos outras paragens como o movimento de redes na América Latina, o Chamado da Água no México, o ativismo espiritual, a água que nos une… Como qualquer viagem, teremos alguns imprevistos, novos temas surgirão, dúvidas, propostas… Mas o destino final será certamente esse lugar de inspiração dentro de cada um que nos convida à acção.
Juntem-se à Cá, que nos vem falar desta viagem e proporcionar iguarias mexicanas!
  • Ajudar: 18 h
  • Jantar Mexicano: 20 h
  • Apresentação e conversa: 21h30

 

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>> O que é o Jantar Popular?
– Um Jantar comunitário vegano, biológico e LIVRE DE OGMs que se realiza no GAIA, Rua da Regueira, n 40, em Alfama.
– Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários.
– Um jantar em que podes colaborar e aprender a cozinhar vegano! Para cozinhar e montar a sala basta aparecer a partir das 18h. Jantar “servido” a partir das 20h.
– Um projecto autónomo e auto-sustentável. As receitas do Jantar Popular representam o fundo de maneio do GAIA que mantém assim a sua autonomia.
– Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga. O preço nunca é mais de 3 pirolitos.
– Um exemplo de consumo responsável, com ingredientes que respeitam o ambiente, a economia local e os animais.
– Uma oportunidade para criar redes, trocar conhecimentos e pensar criticamente.

16 Fevereiro no GAIA: Jantar Popular com projecção do documentário Mundurukânia-Na Beira da História

Dia 16 de Fevereiro pelas 20 horas: Jantar Popular do GAIA + Projecção do filme Mundurukânia, Na Beira da História


Aproveitando a chegada de uma companheira que vive perto da cidade de Santarém no Brasil, queremos mostrar o documentário Mundurukânia que mostra a história arqueológica bem como a realidade actual dos índios Munduruku e a condição política em que esta comunidade se encontra, esmagada por empresas mineradoras e construtoras de barragens. A conversa será à volta da actualidade de miséria, violência e luta para a maioria dos povos indígenas como esboçado pelo documentário complementada com as histórias de quem vive perto desta realidade.
 
Ficha técnica:
Mundurukânia, Na Beira da História (2015) 45”
Realizador: Miguel Viveiros de Castro
Filmado no Brasil

P.S.: Na Quinta-feira, dia 15, a Recicleta e o Posto de Terramoturismo abrem portas como de costume!

O que é o Jantar Popular?

– Um Jantar comunitário vegano, biológico e LIVRE DE OGMs que se realiza no GAIA, Rua da Regueira, n 40, em Alfama.
– Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários.
– Um jantar em que podes colaborar e aprender a cozinhar vegano! Para cozinhar e montar a sala basta aparecer a partir das 18h. Jantar “servido” a partir das 20h.
– Um projecto autónomo e auto-sustentável. As receitas do Jantar Popular representam o fundo de maneio do GAIA que mantém assim a sua autonomia.
– Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga. O preço nunca é mais de 3 pirolitos.
– Um exemplo de consumo responsável, com ingredientes que respeitam o ambiente, a economia local e os animais.
– Uma oportunidade para criar redes, trocar conhecimentos e pensar criticamente.

3º Encontro Nacional pela Justiça Climática – 11 Fev na FCUL

Comunicado do encontro: Encontro pela Justiça Climática em Lisboa garante luta feroz contra furos de petróleo em Portugal

O furo de prospeção de petróleo e gás em Aljezur caducou, mas a GALP disse que ia perfurar na primavera. Estão a chegar os furos na Zona Oeste e na Batalha/Pombal, mas há um silêncio enorme sobre eles.

A Europa tem de fechar todas as suas centrais de carvão até 2031 para cumprir os seus próprios compromissos (que são só metade do que é necessário para evitar o caos climático), mas Portugal continua a subsidiar a EDP e estendeu o prazo das centrais de carvão de Sines e do Pego até 2030.

Recentemente, o governo assinou um acordo com Espanha para aumentar a capacidade do Porto de Sines e para construir 160 km de novos gasodutos, para receber gás de fracking dos EUA, mas o primeiro-ministro António Costa continua a dizer que o país será carbono neutro em 2050.

Desde Pedrogão Grande até aos furacões nas Caraíbas, a crise climática está a fortalecer-se. Por todo o mundo, as comunidades indígenas, o/as trabalhadore/as e jovens estão levantar-se para contrariar as injustiças sociais e climáticas.

Vivemos num período muito especial. As nossas sociedades estão a fazer escolhas decisivas para as décadas que virão. Existem ainda muitas incertezas na nossa história coletiva, e é exatamente por isso que vale pena lutarmos agora!

Para ganhar, precisamos de toda a gente, e precisamos de conversar e convergir. Os Encontros Nacionais pela Justiça Climática são momentos-chave neste processo.

Página do Encontro

Jantar Popular – 4ª, dia 31 de Janeiro – 20h – Novo plano de barragens?

É já esta Quarta-feira, às 20 horas:

Jantar, projecção do documentário e conversa com activistas da campanha Rios Livres do Geota

Por 2017 ter sido o ano mais seco dos últimos 46 anos, surgiram notícias sobre a necessidade de construir novas barragens e fazer intervenções noutras existentes, com o argumento que as barragens são reservatórios de água.
Próximo dia 31 de Janeiro, a equipa Rios Livres do Geota, vem ao GAIA falar sobre o contexto actual em que (re-)surgem discursos a legitimar um novo plano de barragens. O Jantar Popular é às 20h e haverá uma curta apresentação da campanha Rios Livres e a projecção do filme “One For The River: The Vjosa Story” com uma conversa sobre o assunto.

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E na Quinta-feira a Recicleta e o Posto de Terramoturismo abrem portas como de costume!

O que é o Jantar Popular?

– Um Jantar comunitário vegano, biológico e LIVRE DE OGMs que se realiza no GAIA, Rua da Regueira, n 40, em Alfama.
– Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários.
– Um jantar em que podes colaborar e aprender a cozinhar vegano! Para cozinhar e montar a sala basta aparecer a partir das 18h. Jantar “servido” a partir das 20h.
– Um projecto autónomo e auto-sustentável. As receitas do Jantar Popular representam o fundo de maneio do GAIA que mantém assim a sua autonomia.
– Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga. O preço nunca é mais de 3 pirolitos.
– Um exemplo de consumo responsável, com ingredientes que respeitam o ambiente, a economia local e os animais.
– Uma oportunidade para criar redes, trocar conhecimentos e pensar criticamente.

Terça, 23 de Janeiro no GAIA: Jantar popular e projecçao do documentário Wasted Waste

Terça-feira, 23 de Janeiro, 20h: “Wasted Waste”

Jantar, projecção do documentário e conversa com participantes do filme

3,6 milhões de kg de comida são desperdiçados diariamente em todo o mundo. 870 milhões de pessoas poderiam ser alimentadas apenas com este desperdício. 800 milhões de pessoas passam fome no nosso Planeta. 1/3 dos alimentos do Planeta vai parar ao lixo, enquanto 198 mil hectares foram usados para produzir toda a comida desperdiçada.

Este documentário é sobre estilos de vida individuais com repercussões conscientes no colectivo. Porque do ponto de vista da Natureza não existe desperdício. É a simbiose da vida. Um todo constituído de variáveis interdependentes, cada uma com sua causa e reacção.

Freeganismo é um estilo de vida alternativo baseado no boicote ao capitalismo, com vista a diminuir o impacto causado no meio ambiente e rejeitando qualquer forma de exploração humana e animal. Fazem-no através do consumo limitado e consciente de recursos, bem como o resgate (re-aproveitamento) do desperdício. Não por necessidade. Mas por acreditarem que a sociedade produz acima das suas necessidades e possibilidades, com vista a dar continuidade a uma sociedade de consumo e crescimento ilusório.

17h Preparação do jantar

20h Jantar popular

21h Projeção de Wasted Waste, seguido de conversa com participantes do filme

O que é o Jantar Popular?
– Um Jantar comunitário vegano, biológico e LIVRE DE OGMs que se realiza no GAIA, Rua da Regueira, n 40, em Alfama.
– Uma iniciativa inteiramente auto-gerida por voluntários.
– Um jantar em que podes colaborar e aprender a cozinhar vegano! Para cozinhar e montar a sala basta aparecer a partir das 18h. Jantar “servido” a partir das 20h.
– Um projecto autónomo e auto-sustentável. As receitas do Jantar Popular representam o fundo de maneio do GAIA que mantém assim a sua autonomia.
– Um jantar onde ninguém fica sem comer por não ter moedas e onde quem ajuda não paga. O preço nunca é mais de 3 pirolitos.
– Um exemplo de consumo responsável, com ingredientes que respeitam o ambiente, a economia local e os animais.
– Uma oportunidade para criar redes, trocar conhecimentos e pensar criticamente.

Jantar benefit – Projecções – Conversa sobre as intersecções entre o transfeminismo e o anti-especismo

Na véspera da Concentração pela Abolição dos Matadouros 2017, no dia 2 de junho, organizaremos no GAIA, em Lisboa, um jantar benefit vegano, uma projecção de vídeos, assim como uma roda de conversa sobre as intersecções entre o transfeminismo e o anti-especismo.

Estas actividades serão não-mistas: excluem homens cishetero e serão apenas abertas a mulheres, cis e trans, pessoas queer, pessoas não-binárias e outras identidades e corporalidades dissidentes.

02.06.2017 | GAIA | Lisboa (actividades não-mistas)
20h00 | Jantar benefit vegano*
21h30 | Projecção do teaser do MUTA – documentário transfeminista-antiespecista (Estado Espanhol)
22h00 | Roda de conversa :: Transfeminismo e Anti-especismo

* Contributo livre – sugestão: 3,50.
Jantar isento de glúten.

(i) Condições de acessibilidade:

Em termos de acessibilidade a pessoas com diversidade funcional, convém referir que a saída mais próxima do metro Santa Apolónia dispõe de elevadores para a superfície. Da saída do metro até ao Gaia (Santa Apolónia > Rua do Tabaco > Rua dos Remédios > Rua da Regueira) a distância é de cerca de 600 metros (500m planos + 100m a subir), o acesso é feito pela estrada ou pelos passeios (em calçada com piso muito irregular), que apresentam pouca largura e uma inclinação acentuada.
Infelizmente, o espaço desta actividade é de acessibilidade reduzida: embora esteja situado num rés-do-chão, não tem rampa nem as casas de banho estão preparadas para pessoas com diversidade funcional, sendo a largura dos mesmos convencional e não existindo barra lateral de apoio nem uma largura suficiente das portas que permita a manobralidade de cadeiras de rodas, por exemplo.

(ii) Lista Solidária com xs presxs políticxs:

Durante todas as acções da Rata Dentata, teremos disponíveis zines, panfletos e outros materiais sobre (anti)especismo, carnismo, libertação animal, anarco-queer, interseccionalidade, etc. Além disso, em todas as acções previstas, disponibilizaremos uma Lista Solidária que compilará informação sobre algumxs activistas que se encontram presxs actualmente, quer a nível nacional quer a nível internacional, bem como apresentará instruções sobre como lhes endereçar cartas de apoio. Queremos que esta lista seja usada para materializar formas de apoio mútuo e de solidariedade imprescindíveis à coesão e força da nossa Resistência, ao visibilizar e reconhecer devidamente xs presxs políticxs das várias causas por que todxs nos batemos.

Mais info:
Website: https://stopabattoirs.org/2017-edition
Fb page: https://www.facebook.com/ratadentata/
Fb event page: https://www.facebook.com/events/650712848446119/
Email: ratadentata@riseup.net
Blog: https://ratadentata.wordpress.com/

 

Morar Em Lisboa – Carta Aberta

AO GOVERNO, AOS DEPUTADOS, AO MUNICÍPIO, AOS CIDADÃOS!

É cada vez mais difícil morar em Lisboa. Ao longo dos últimos anos assistimos a uma alteração profunda das dinâmicas habitacionais nas áreas metropolitanas do país. Uma drástica subida dos valores do arrendamento de habitação que tem levado à expulsão de população das áreas mais centrais da cidade, em conjunção com uma queda abrupta da oferta e com um aumento exponencial dos valores para aquisição de casa própria, tornaram o acesso à habitação em Lisboa privilégio de poucos e direito praticamente inacessível às famílias portuguesas.

Nos últimos três/quatro anos, os preços da habitação para arrendamento aumentaram entre 13% e 36%, e para aquisição subiram até 46%, consoante as zonas da cidade, de que resulta, estima-se, uma taxa de esforço com a habitação situada entre 40% e 60% do rendimento familiar, quando os padrões comuns aconselham uma taxa de esforço até 30%.

Os Signatários, reunidos nesta Carta Aberta expressam a sua profunda preocupação com esta situação, fruto do processo de gentrificação, associado e acelerado pelo pico de projeção internacional e por uma grande intensificação do turismo e do alojamento para fins turísticos que Lisboa atravessa, com a consequente pressão e especulação fundiária e imobiliária.

Consideram que para este processo tem contribuído decisivamente a intervenção do Estado, pelo desenho e uso de instrumentos legais e financeiros destinados ao apoio do investimento privado no mercado imobiliário, em particular a “Lei do Arrendamento”, a “Lei dos Residentes Não Habituais” e dos “Visa Gold”.

O Novo Regime de Arrendamento, promulgado em 2012, imposto pela Troika e subordinado aos interesses da propriedade, veio liberalizar ainda mais o arrendamento, aumentar o poder dos senhorios, atualizar excessivamente as rendas e facilitar os despejos, levando à expulsão de muitos habitantes e ao encerramento de atividades económicas, sociais e culturais.

O “Regime Fiscal para Residentes Não Habituais” e o “Golden Visa Portugal” (Visto de Residência para os chamados Investidores) por sua vez, contribuíram significativamente para a intensificação da especulação imobiliária. O primeiro é destinado a cidadãos europeus comunitários com capacidade económica elevada. O segundo é destinado a cidadãos de outros países e autoriza-lhes residência para exercerem atividades de investimento, nomeadamente a transferência de capitais, criação de emprego e compra de imóveis. Em ambos os casos beneficia os cidadãos estrangeiros com grandes reduções e mesmo isenções de impostos, introduzindo desigualdade entre estes beneficiados pelas promoções e saldos fiscais e os residentes permanentes, portugueses ou estrangeiros, que não têm quaisquer benefícios fiscais.

Esta subida dos preços da habitação tem ocorrido em quase todo o país. Tal facto já alarmou o Fundo Monetário Internacional que alertou para o risco de nova bolha imobiliária e para mais endividamento público e privado. Sabemos que a Organização das Nações Unidas considera a habitação uma urgência global na luta contra as desigualdades e lançou a Nova Agenda Urbana. A função social da habitação e o direito à habitação, previsto na Constituição e na Lei são, para nós, questões da maior premência.

A nível da cidade de Lisboa a manter-se a oferta insuficiente e a excessiva subida nos preços na habitação – exponenciada no centro histórico e a alastrar por toda a cidade – continuaremos a assistir à perda de população, ao despovoamento, ao decréscimo dos jovens, ao fenecimento de múltiplas comunidades que dão cor e vida à cidade. A prática que está a ser seguida pelo Governo e pelo Município mostra-se contraditória, e mesmo inversa ao discurso oficial, porque não é concordante com as necessidades de uma cidade capital, que se pretende habitada, plural e diversificada, uma cidade para ser vivida por todos e não apenas aceleradamente consumida por alguns.

Os Signatários, reunidos nesta Carta Aberta, expressam a sua profunda preocupação com a atual política habitacional que está a aprofundar as desigualdades socio-territoriais, a expulsar um grande número de famílias para as periferias e a tornar o acesso à habitação nas áreas centrais das cidades um privilégio dos mais ricos, a gerar desequilíbrios urbanos e a potenciar conflitos sociais, que é negativa para o desenvolvimento económico por ser excessivamente dependente da especulação imobiliária e do turismo.

Reconhecemos e não questionamos a importância e o interesse estratégico da Indústria do Turismo para a economia do país e da cidade. Sublinhamos que a atividade turística não pode decorrer de uma situação meramente conjuntural, devendo ser planeada sob uma visão sustentável e integrada. Entendemos que o risco de uma carga turística desregrada, intensa e tendencialmente excessiva, e a exploração intensiva e não planeada de um território, são geradores de insustentabilidade e, a curto prazo, podem mesmo revelar-se destruidores.

Consideramos inadiável que se regre, se controle e se equilibre o uso temporário e de curto prazo da habitação para efeitos turísticos e se apoie e se dinamize o alojamento permanente.

Fazemos notar que noutras cidades, na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, se vivem situações idênticas mas onde os respectivos governantes tomaram já medidas diversas em defesa da vida das cidades e dos cidadãos.

Os Signatários consideram indispensável a adoção urgente de uma política nacional e municipal de habitação que favoreça e dinamize o arrendamento, público e privado, com direitos e deveres, com segurança e estabilidade, incentive a colocação no mercado de propriedades devolutas (incluindo o património do Estado e dos Municípios), estabeleça parcerias diversas com os setores privado e social, crie mecanismos de controlo das rendas através de uma política fiscal adequada tendo em conta a função social do arrendamento e dificulte e impeça os despejos sem assegurar o realojamento dos residentes.

Entendemos que é necessária uma nova política de habitação e de ordenamento do território, uma Lei de Bases da Habitação, uma política fiscal diferenciadora dos vários usos da habitação.

Declaramo-nos empenhados na intervenção cívica, na discussão e elaboração de propostas com vista a uma política pública transparente e colaborativa, acompanhada e participada pelos cidadãos, e a criar uma plataforma com vista a juntar vontades, ideias e dinâmicas.

Consideramos urgente lançar um outro paradigma de desenvolvimento de Lisboa como um território partilhado, socialmente diversificado, dando prioridade ao equilíbrio económico e social, à igualdade e coesão, ao acesso à habitação, à multiplicidade de usos, ao espaço público, à mobilidade, à conservação do património, à promoção da cultura e do desporto, à convivência cívica e à participação cidadã.

Consideramos urgente e imprescindível colocar e manter na primeira linha da agenda política nacional o tema da HABITAÇÃO.
Gentrificação: Processo de valorização imobiliária de uma zona urbana, geralmente acompanhada da deslocação dos residentes com menor poder económico para outro local e da entrada de residentes com maior poder económico.

Janeiro de 2017

 

Os signatários

ORGANIZAÇÕES
Academia Cidadã
ACCL – Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa
AIL – Associação dos Inquilinos Lisbonenses, CRL
AMBA – Associação de Moradores do Bairro Alto
APPA – Associação do Património e da População de Alfama
APRUPP – Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Defesa do Património
Artéria – Humanizing Arquitecture
Associação Habita – pelo Direito à Habitação e à Cidade
Associação Renovar a Mouraria
Atelier Mob – Arquitectura Design e Urbanismo, Lda.
BADL – Bairros Associação de Desenvolvimento Local
Cooperativa Trabalhar com os 99%, Crl
FAZ – Fundo de Arquitectura Social
FrameColectivo
GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental
GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente
GESTUAL – Grupo de Estudos Sócio-Territoriais, Urbanos e de Acão Local da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa
Largo Residências
LeftHandRotation
Lusitano Clube
Movimento “Quem vai poder Morar em Lisboa”
Pátio Ambulante
Sociedade Boa União

Mesoamérica Resiste” uma aventura grafica – uma historia das nossas lutas – 14 de Janeiro – 16h – GAIA Alfama

“Mesoamérica Resiste”,
uma aventura grafica – uma historia das nossas lutas
Convidamos todas as pessoas para uma viagem dentro das experiências de lutas e resistências dos povos da América Central frente à grande série de “mega-projetos” e as suas consequências para a terra e os seus habitantes.
Esta aventura gráfica, trata-se  de uma apresentação de um mapa, concebido por um colectivo de desenhadores norte-americanos, em colaboração com os povos do território em questão. Este mapa, com interesse  tanto artístico como informativo e pedagógico, tem por ambição de representar uma descodificação crítica das relações entre as grandes infra-estruturas mundiais (corporativistas)  e os nossos destinos colectivos e comunitários.
Além de ser uma obra gráfica de grande impacto, trata-se de uma ferramenta criada para conectar os povos, as suas cosmogonias e reforçar a sua soberania.

Mais informaçaões em www.beehivecollective.org , disponíveis em inglês e
espanhol.
Uma pré-visualização do cartaz :
beehivecollective.org/posterViewer/?poster=mr&lang=es