MANIFESTO DA GREVE FEMINISTA INTERNACIONAL!
Juntas somos mais fortes!
A cada 8 de Março celebramos a união entre as mulheres e mobilizamo-nos em defesa dos nossos direitos.
Somos herdeiras das lutas feministas e das resistências operárias, anticoloniais e antirracistas. Reclamamos o património das lutas pelo direito ao voto, ao trabalho com salário, a uma sexualidade livre e responsável, à maternidade como escolha, à habitação, à educação e saúde públicas.
Por todo o planeta, somos as mais traficadas e as mais sacrificadas pela pobreza. Somos do país onde existem 6576 mulheres e raparigas vítimas de mutilação genital. Somos as sobreviventes da violência de género, que em Portugal mata, em média, duas de nós a cada mês, 80% das vítimas de violência doméstica e 90.7% das de crimes sexuais. Somos as vítimas da justiça machista, quando esta fundamenta as suas decisões em preconceitos, e da cultura da violação, que desacredita a nossa palavra e desvaloriza a nossa experiência, procurando atribuir-nos a responsabilidade das violências que sofremos. Somos as que vivem em alerta permanente, porque o assédio no espaço público e no local de trabalho continua a estar presente.
Somos múltiplas e diversas, de todas as cores e lugares, de todas as formas e feitios, com diferentes orientações sexuais e identidades de género, profissões e ocupações. Somos trabalhadoras, estudantes, reformadas, desempregadas e precárias, do litoral e do interior, do continente e das ilhas. Somos as invisíveis, as negras e as ciganas. Somos tu e eu, somos nós, somos tantas e tão diversas.
A 8 de Março, mulheres em todo o mundo levantam-se em defesa dos seus direitos e mobilizam-se contra a violência, a desigualdade e os preconceitos. Porque as violências que sofremos são múltiplas, a Greve que convocamos também o é.
No dia 8 de Março faremos greve ao trabalho assalariado, ao trabalho doméstico e à prestação de cuidados, ao consumo de bens e serviços e greve estudantil.
Basta de desigualdade no trabalho assalariado!
É a nós que nos é exigida a conciliação entre a atividade profissional e a vida familiar, razão que explica que sejamos as que mais trabalhamos a tempo parcial, o que originará reformas e pensões mais baixas no futuro, reproduzindo o ciclo de pobreza. Somos mais de metade das pessoas que ganham o salário mínimo, o que compromete a nossa autonomia financeira. As profissões em que somos a maioria da força de trabalho são muitas vezes social e salarialmente desvalorizadas. Nelas, as mulheres negras e imigrantes são as trabalhadoras mais exploradas e precarizadas. A diferença salarial é, em média, de 15.8%, ou seja, para trabalho igual ou equivalente, os nossos salários são inferiores, o que faz com que trabalhemos 58 dias por ano sem receber.
Os cargos mais bem pagos são ocupados por homens, embora sejam as mulheres as que mais concluem o ensino superior (60.9%). A desigualdade salarial com base no género está presente em todo o lado, nas empresas e instituições privadas e públicas.
Exigimos salário igual para trabalho igual ou equivalente e a reposição da contratação coletiva como forma de proteger o trabalho e combater as desigualdades. Temos direito a um projeto de vida digno e autónomo: não somos nós quem tem de se adaptar ao mercado de trabalho, é ele que tem de se adaptar a nós. A gravidez ou os cuidados com descendentes e ascendentes não podem ser o argumento escondido para o despedimento ou a discriminação.
Basta de desigualdade no trabalho doméstico e dos cuidados!
Para além do trabalho assalariado, muitas mulheres, sem que a maior parte das vezes isso resulte de uma escolha, têm de desempenhar diversas tarefas domésticas e de prestação de cuidados e assistência à família. Este trabalho gratuito, desvalorizado e invisibilizado ocupa-nos, em média, 1 hora e 45 minutos por dia, o que corresponde, durante um ano, a 3 meses de trabalho. A contratação de serviços domésticos reproduz muitas vezes várias desigualdades – raciais, de género e de classe, porque é um trabalho frequentemente desenvolvido por mulheres migrantes e racializadas, sem contrato e sem direitos.
Reclamamos o reconhecimento do valor social do trabalho doméstico e dos cuidados e a partilha da responsabilidade na sua prestação. Propomos que este tipo de trabalho seja considerado no cálculo das reformas e pensões e defendemos o reconhecimento do estatuto de cuidador/a. Defendemos a redução do horário de trabalho e igualdade nos tempos de descanso e de lazer. Queremos respostas públicas de socialização de tarefas domésticas e de cuidados, das creches às residências assistidas e de cuidados continuados, das cantinas às lavandarias.
Basta de reprodução das desigualdades e do preconceito nas escolas!
Os currículos pelos quais estudamos continuam a contar a história dos vencedores, reproduzindo vieses de género, classe e raça. A praxe académica, onde o poder é exercido por meio da humilhação, reproduz violência machista, lesbitransfóbica e racista, estereótipos e preconceitos de género e objetificação dos nossos corpos.
Defendemos o direito a conhecer a nossa história e a das resistências ao machismo e ao colonialismo, as alternativas económicas, culturais e ambientais. Exigimos o direito a uma educação pública e gratuita em todos os seus níveis. Reivindicamos uma escola da diversidade, crítica, sem lugar para preconceitos e invisibilizações, uma escola livre de agressões machistas e lesbitransfóbicas, dentro e fora das salas de aula, uma escola empenhada na educação sexual inclusiva como resposta ao conservadorismo.
Basta de estereótipos e de incentivos ao consumo!
Identificamos nos media, nas redes sociais, na publicidade e na moda a difusão da cultura machista. Rejeitamos a sociedade de consumo, que nos condiciona a liberdade e nos transforma em consumidoras. Não somos mercadoria e, por isso, recusamos a exploração dos nossos corpos e das nossas identidades, os estereótipos que ditam medidas-padrão, ideais de beleza formatados, gostos, comportamentos e promovem estigmas e discriminações. Porque exigimos ser protagonistas das nossas vidas e donas dos nossos corpos, recusamos o negócio em torno da nossa sexualidade e saúde reprodutiva e reclamamos a gratuitidade dos produtos de higiene.
Basta de destruição ambiental!
Recusamos as políticas neoliberais, porque elas são predatórias, destroem a biodiversidade, provocam alterações climáticas e originam milhões de migrantes ambientais, o que dificulta de forma muito particular a vida e a sobrevivência de mulheres, que, em muitas zonas do planeta, são quem se dedica à agricultura e tem a responsabilidade de prover a família de alimentos. Estamos solidárias com as mulheres indígenas que resistem à globalização e estão comprometidas com as lutas contra as alterações climáticas, contra a dependência de energias fósseis e em defesa da soberania alimentar.
Basta de guerra e de perseguição às pessoas migrantes!
Rejeitamos as guerras e a produção de armamento. Para saquear matérias-primas e garantir controlo geopolítico e económico, destroem-se culturas, dizimam-se povos e expulsam-se populações dos seus territórios. As guerras originam milhões de pessoas refugiadas, entre as quais muitas mulheres e crianças, vítimas de redes de tráfico humano e sexual, da pobreza e da destruição. Levantamo-nos pelo fim das guerras, pelo acolhimento das pessoas migrantes e em defesa da alteração da lei da nacionalidade. No mundo ninguém é ilegal! Quem nasce em Portugal é português/portuguesa!
Todas estamos convocadas para a Greve Feminista. Todas temos mil e uma razões para protestar, parar, reivindicar. Fazemos Greve porque não nos resignamos perante a desigualdade, a violência machista e o conservadorismo. Fazemos Greve para mostrarmos que as mulheres são a base de sustentação das sociedades.
Category Archives: Convocatória
Convocatória aos sócios e parceiros para Assembleia Geral
Convocatória
Ao abrigo dos art. 15º e 16º dos nossos estatutos, convocam-se todos os sócios e colectivos parceiros da associação GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental para uma Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 9 de Dezembro de 2018, pelas 15 horas, na sede da associação, sita na Rua da Regueira, número 40, em Lisboa, com a seguinte ordem de trabalhos:
Ponto 1 – Apresentação e votação do Relatório de Contas de 2017
Ponto 2 – Apresentação e votação dos Relatórios de Actividades de 2018 dos dois núcleos.
Ponto 3 – Discussão das prioridades, parcerias e actividades para 2019. (ponto de agenda aberto a colectivos parceiros)
Ponto 4 – Apresentação e votação do Plano de Actividades para 2019.
Ponto 5 – Outros assuntos.
Não estando presente à hora marcada o número mínimo de sócios para iniciar a deliberação, a Assembleia Geral reunirá meia hora depois, em segunda convocatória, com os sócios presentes.
Lisboa, 23 de Novembro de 2018
A Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Maria Leonor Valfigueira Coimbra
ALERTA VERMELHO! ALERTA VERDE! LISBOA 2018
IV ENCONTROS INTERNACIONAIS ECOSSOCIALISTAS, 23-24-25 de novembro, Lisboa
IV ENCONTROS INTERNACIONAIS ECOSSOCIALISTAS
23-24-25 de novembro, Liceu Camões, Lisboa
A Conferência Ecossocialista traz a Portugal oradores de cinco continentes para contrariar o colapso ecológico provocado pelo capitalismo
Os IV Encontros Internacionais Ecossocialistas junta mais de 60 oradores, de 16 nacionalidades e 5 continentes – Europa, Américas do Norte e do Sul, África e Ásia.
O programa dos Encontros Internacionais Ecossocialistas divide-se em 5 eixos:
– Economia Política da Comida e Soberania Alimentar;
– Desmantelando a falácia do Capitalismo Verde;
– O Trabalho na Era das Alterações Climáticas;
– Justiça Climática e Democracia Energética;
– Ecofeminismos.
Existirão 21 sessões e oficinas, desde a noite de sexta feira e ao longo do fim-de-semana, compostas por pessoas ativistas, militantes ecossocialistas e investigadoras. Aí será analisada a situação atual e, principalmente, consolidar-se-á a proposta ecossocialista internacional como resposta ao colapso ecológico e climático provocado pelo capitalismo global. O recente relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, sobre o aquecimento global de 1,5ºC, deixa esta urgência totalmente evidente: será necessário cortar mais de 50% nas emissões de gases com efeito de estufa nos próximos 12 anos, até 2030, algo que é incompatível com a necessidade de acumulação de riqueza inerente ao capitalismo.
Os encontros, que ocorrerão na Escola Secundária de Camões em Lisboa, são organizados por 11 organizações portuguesas e internacionais, com o lema “Alerta Vermelho, Alerta Verde: Dar Forma à Transformação Ecossocialista”.
Este evento contará com o “Espaço do Futuro” para a permanência dos mais jovens em várias atividades e oficinas educativas.
A entrada é gratuita. Inscrições abertas e informação detalhada em alterecosoc.org.
Convite para participares na formação: Zero Waste; 12 a 19 Outubro 2018
CONVITE PARA PARTICIPANTES
“Zero Waste” é um Intercâmbio de Jovens promovido pela Sunseed Desert Technology para 18 jovens e 3 jovens líderes vindos da Espanha, Itália e Portugal.
O objetivo do projeto é explorar a consciência ambiental e a inclusão social, descobrir como nossos comportamentos individuais podem fazer uma grande mudança em direção a um futuro sustentável e aprender ferramentas para uma melhor integração com o ambiente social e natural.
Haverá atividades teóricas e práticas sobre upcycling, permacultura, conscientização ambiental, economia circular e a filosofia do “desperdício zero”, enquanto os participantes terão a oportunidade de experimentar a vida em uma eco-comunidade sustentável.
O QUE SIGNIFICA “ZERO WASTE”?
A filosofia Zero Waste / Desperdício Zero faz parte da economia circular e significa muito mais do que simplesmente eliminar resíduos através da reciclagem e reutilização. Centra-se na reestruturação dos sistemas de produção e distribuição para reduzir o desperdício.
Na definição adotada pela Zero Waste International Alliance, “Zero Waste é uma meta ética, econômica, eficiente e visionária, para orientar as pessoas na mudança de seus estilos de vida e práticas para emular ciclos naturais sustentáveis, onde todos os materiais descartados são projetados para se tornarem recursos para outros usos ”.
O QUE PODES OBTER DESTA EXPERIÊNCIA?
– Conhecimento prático sobre como reduzir seu impacto ambiental
– Capacidade de reconhecer ferramentas e recursos já disponíveis para você e usá-los
– Uma chance de refletir sobre degradação ambiental e inclusão social
– Uma rede de pessoas engajadas ambiental e socialmente
– A chance de praticar inglês, descobrir outras culturas e fazer novos amigos
ONDE ACONTECERÁ?
O Sunseed é um projeto de educação ambiental e um centro prático prático para uma vida sustentável, situado na Andaluzia, sul da Espanha. É um projeto existente desde 1986, e tem como objetivo ajudar a desenvolver, comunicar e disseminar um modo de vida sustentável e resiliente em nossas condições ambientais, uma região semi-árida e o único deserto da Europa.
Somos uma comunidade auto-gerida e dinâmica de voluntários, vivendo e aprendendo juntos. Usamos o sol como energia, o rio como água, os jardins e a paisagem como alimento e compartilhamos cozinha e limpeza para tornar a comunidade um local confortável. Apoiamos uns aos outros para assumir responsabilidade pessoal pelo nosso impacto no meio ambiente, sentindo-nos fortalecidos no conhecimento de que mudanças realmente podem ser feitas, especialmente como parte de uma equipe forte e focada.
Sunseed está localizado em Los Molinos del Rio Aguas, uma vila fora da rede povoada por uma comunidade internacional que tomou o lugar após o seu declínio no final dos anos 60, devido ao êxodo rural generalizado que afetou o campo europeu na época. O rio que dá nome ao lugar esculpe um vale estreito onde as piscinas naturais abrigam espécies únicas de flora e fauna, um verdadeiro oásis no deserto. O lugar é RURAL E REMOTO, então tens que estar pronto para viver perto da natureza, em uma pequena comunidade distante da cidade. Você vai desfrutar do lugar se você é uma pessoa que gosta de vida ao ar livre e no campo.
GAIA é solidário com o 6º Vogar contra a Indiferença do Movimento Pró-Tejo
6º Vogar Contra a Indiferença em Defesa do Rio Tejo
6º Vogar Contra a Indiferença – 19 de Maio de 2018 – Descida de canoa e encontro em defesa de ativistas ambientais organizado pelo proTEJO.
De manhã consiste numa descida de canoa partindo do cais fluvial de Vila Velha de Ródão, com passagem pelo Monumento Natural Nacional PORTAS DE RÓDÃO, até à ilha dos pescadores, a Fonte das Virtudes e as antigas Termas junto ao rio. Na ilha propõe-se um piquenique partilhado para ganhar forças para o regresso.
De tarde haverá um encontro em defesa de ativistas ambientais.
Fotos de Jorge Nunes.Publicado por ProTEJO – Movimento Pelo Tejo em Terça-feira, 13 de Março de 2018
Ambientalistas dizem não ao milho transgénico em São Tomé
Convocatória aos sócios para Assembleia Geral
Convocatória
Ao abrigo dos art. 15º e 16º dos nossos estatutos, convocam-se todos os sócios da associação GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental para uma Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 12 de Fevereiro de 2017, pelas 10 horas, na sede da associação, sita na Rua da Regueira, número 40, em Lisboa, com a seguinte ordem de trabalhos:
Ponto 1 – Apresentação e votação do Relatório de Contas de 2015
Ponto 2 – Apresentação e votação do Relatório de Actividades de 2016
Ponto 3 – Apresentação e votação do Plano de Actividades para 2017
Ponto 4 – Outros assuntos
Não estando presente à hora marcada o número mínimo de sócios para iniciar a deliberação, a Assembleia Geral reunirá meia hora depois, em segunda convocatória, com os sócios presentes.
Lisboa, 3 de Fevereiro de 2017
A Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Rita Queiroga Bento
Quinzena de Ação “Jogam com as Nossas Vidas” – 24 de outubro a 6 de novembro
Os donos deste sistema socioeconómico são apostadores de altíssimo risco. Na cobiça do lucro, arriscam quase tudo. E as fichas deste jogo, que arriscam em apostas cada vez mais altas, somos nós.
Todos os dias, as suas apostas erodem o nosso sentido de dignidade, segurança, saúde, justiça, esperança. Todos os dias, encurralam cada vez mais pessoas abaixo do limiar da pobreza, em regimes de trabalho precário e perigoso, ou desemprego perene, ciclos de penhoras e despejos, exclusão e imobilidade social, desigualdades galopantes. Tudo para continuar o jogo. Todos os dias, atacam o nosso direito a existir, e o das gerações vindouras, ao precipitarem o nosso sistema climático num inferno de secas, tempestades e fogos florestais. Tudo para continuar o jogo. Todos os dias, encontram novas formas de perpetuar as suas apostas, de extrair as vísceras da terra, enquanto salvam os bancos, as bolsas e os mercados de apostas, tudo para continuar o jogo.
Todos os dias, jogam com as nossas vidas.
É hora de jogarmos também – para inverter o jogo deles.
A campanha Empregos para o Clima convoca uma quinzena de ação pela justiça social e climática, de 24 de outubro a 6 de novembro, em todo o país. Traz a tua organização ou coletivo às ruas esta quinzena, para jogos/ações/protestos contra a precariedade laboral e ambiental, pelo emprego digno e um futuro sustentável! Reserva esta data.
Contacto: contacto@empregos-clima.pt
